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Sobre amor e ódio

          “A ação de odiar equivale a tomar veneno e esperar que o alvo do seu ódio morra”, disse um personagem de um filme cujo nome já não me lembro citando a algum filósofo de quem já não sei o nome. O que importa é o conteúdo dessas palavras, que transcende décadas e permanece atual, aguardando análise e reação.

          O ódio parece ser o mais desnecessário dos sentimentos, estúpido até, já que magoa a quem o sente bem mais do que à vitima. Isso nos leva à tênue linha que separa ódio e amor.

          O amor requer altas doses de grandiosidade e desprendimento, porque também machuca a quem o sente, invariavelmente. A diferença é que provoca belas expectativas, ás vezes até irreais, inalcançáveis, mas que no caminho causam excelentes sensações, as quais alimentam e maravilham independente de qual seja o final da jornada.

          Importante lembrar que, em caso de amor não correspondido, o sentimento pode transformar-se facilmente em decepção, tristeza e impaciência, que juntos equivalem a uma indesejável mistura: ódio.

          O apaixonado não correspondido pode se tornar um chato, um inconveniente que atormentará a quem pensa amar demonstrando todo o seu egoísmo, pois não se importa se é ou não correspondido. O amor faz bem a quem ama, muito mais do que quem é, nesse caso, amado. O amor egoísta também envenena e tende a virar ódio de ambas as partes, por não ser correspondido. A vítima da paixão pode passar a odiar aquela atenção melosa, cega e excessiva, repudiando até a simples presença da outra no mesmo recinto.

          E o enlouquecido de amor, ao ser rechaçado transforma facilmente o seu sentimento inútil em crescente e interminável ódio. Nas duas alternativas estará envenenando-se, magoando-se e determinando para a sua vida um lote permanente nas sombras, incapaz de se realizar e virar um ser humano melhor.


          O amor verdadeiro carece de grandiosidade, por isso, quando não correspondido é imperativo permanecer discreto, individual, platônico. Ele deve existir para admirar, exaltar e apoiar, não dando chances para que a escuridão o atinja. É a forma de permanecer puro e verdadeiro; mas não é fácil. E qualquer um o experimentaria.
          O fato é que a forma de amor mais utilizada hoje em dia é o amor volátil, o amor das celebridades, definido pela exposição de mídia que oferecerá, lucro financeiro que possibilitará e polêmica que causará. Amor genérico, que começa por causa das câmeras e termina por causa dos jornais e revistas de fofoca. E quando for conveniente transforma-se em ódio.
          Essas considerações são vãs, porque sofrem a influência de inúmeras variáveis, mas acontecem de uma forma ou de outra, espalhando pelo mundo falsas ilusões, cinismo e necessidade de proteção além dos limites, como muitos o fazem, trancando-se para a alegria, desconfiando da própria sombra.
          Tudo é insignificante quando se caminha no fio da navalha. Dependendo do lado que se escolhe, instintivamente. É possível obter amor ou ódio. Há quem pule de um lado para o outro, como pipoca.
 
Marcelo Gomes Melo

2 comentários:

  1. Tantas verdades em um só texto, mas todas tão difíceis de serem vistas por quem está dentro dessa situação. Uma doença chamada amor, que em cada pessoa apresenta sintomas distintos.
    Paralamas sempre coloca um ponto final de peso em todo assunto. rsrs... Boa escolha.

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  2. Tem razão em tudo o que disse, Silmes. Valeu!

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