Seres individualistas desconhecem qualquer sentimento bom
Vive-se
uma Era de individualismo contumaz, em que as pessoas vivem voltadas para elas
mesmas, sem alcançar o próprio âmago, o que seria uma vitória de
autoconhecimento, e, portanto, os tornaria seres melhores. Mas voltam-se a elas
mesmas exteriormente, superficialmente, e isso as torna incapazes de perceber
às outras em seu redor. Todos querem se mostrar, realizar um perfeito marketing
de suas virtudes, elevando-as à máxima potência, excluindo, escondendo os
defeitos, como se não existissem. Acabam se convencendo de que são aquilo que
tentam vender nas redes sociais e no mundo em geral: pessoas perfeitas.
Esse individualismo é a chancela do
século da glória a qualquer preço, em que pisar nas outras pessoas e usá-las
impiedosamente como escada é algo considerado comum e produtivo, até virtuoso
na guerra pelo alcance do topo de sabe-se lá o quê.
Levando
em consideração esse defeito de fábrica de uma geração indiferente às
necessidades coletivas, coloca-se em dúvida os sentimentos que cada um brada
acomodar em seus corações com cifrão. Dificilmente se verá um que não apregoe
aos quatro ventos que ama mais do que qualquer outro e acima de qualquer coisa;
são sempre os mais apaixonados, os mais humildes, os mais verdadeiros e
solícitos. Ninguém pode se comparar à disposição deles para fazer a pessoa
amada feliz.
Agora cabe infiltrar alguns
questionamentos importantes: os adultos fashion da geração dos perfeitos,
capazes até de praticar a auto imolação para se destacar e obter quinze ou menos
minutos de fama são capazes de amar verdadeiramente? Amar a alguém que não eles
mesmos, é claro. Porque hoje todos adoram a própria aparência, os próprios bens,
a própria personalidade, e não conseguem sequer prestar a atenção à necessidade
alheia.
Todos dizem “eu te amo”, enquanto
esfaqueiam suavemente pelas costas. Dizem se importar ao mesmo tempo para
tantas pessoas que a frase se dissolve no ar como gás carbônico, envenenando o
mundo. Gente capaz de fazer qualquer coisa em nome da aventura, do frio na
barriga, do medo e da curiosidade; passando por cima de quaisquer sentimentos
bons apenas para saciar sua curiosidade erótica ou perversão intrínseca ao DNA.
Não
adianta falar em nome dos filhos, dos pais ou de Deus enquanto a mente remói os
próximos passos em direção à sacanagem; enquanto programa as próximas mentiras
e negações imitando a face da Mona Lisa, do lobo em pele de cordeiro.
Culpar aos outros pelas próprias
atitudes mentirosas e covardes, pelas safadezas realizadas em nome do amor é a
marca da sociedade atual. Ninguém confia, ninguém trabalha, ninguém age
corretamente e todos se acham vítimas. A frieza é tanta que ninguém sente
remorso; não há arrependimentos verdadeiros; essa é a Idade da destruição da
natureza e dos povos entre si, ao mesmo tempo. Enquanto destroem o próprio
habitat o ser humano destrói a seus pares e a si mesmo, nessa ordem.
No fim de tudo resta a eterna dúvida
que acompanha a humanidade desde o início: o mundo como o conhecemos será
dizimado e tudo começará do zero? Bem provável. Mas, com ou sem a presença dos
seres humanos? Somos irrelevantes e dispensáveis, nesse momento.
Marcelo Gomes Melo
Por quantas vezes o mundo for dizimado, se sobrar um só homem, tudo voltará a ser como é hoje.
ResponderExcluirSe existe um Deus criador de tudo, ele errou totalmente ao criar esse animal.
Tirando eu claro, porque eu consigo amar alem de todos. kkkkkk