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A praga de uma nova vida



As amarras de ferro que costumam prender a minha mente permanecem firmes, responsáveis, irredutíveis, ali para evitar que os arroubos juvenis fora de hora tomem conta do meu corpo velho e me obriguem a destruir a imagem sóbria que levei tempo para construir, ao custo de muita luta, suor e lágrimas.
Entretanto, os grilhões me libertam instantaneamente entre quatro paredes, conhecendo os valores da experiência e os benefícios que pode trazer em comunhão com uma outra alma liberada e preparada para realizar maravilhas oriundas da terra dos contos eróticos dos tempos de  Bocage, e dos artifícios amorais criados para os que mergulham fundo na vida de amor pleno.
Fora daqui o mundo parece cinza, com leves tons de rosa que representam a falsa inocência, e o escuro total que é a bandeira da hipocrisia e do desconhecido que todos temem. Por isso a necessidade de amarras para os de mente livre; os hipócritas e os arrazoados estão soltos, não representam perigo para a sociedade instituída.
Há diferentes mundos dentro do mesmo planeta, organizados através de círculos invisíveis que diferenciam cada tipo de iniciado, mas que mantém uma unidade aparente entre todos. Esse arranjo parecia funcionar razoavelmente, até que surgiram os reclamões representantes das pretensas minorias que começaram a bradar por mais espaço, e a criação de uma nova ordem em que as maiorias deveriam se submeter às atitudes das minorias, invertendo a definição de democracia.



Ao invés de solicitarem respeito e reconhecimento optaram por intolerância e uma guerra de acusações insanas. As amarras de ferro que mantém o cérebro como uma âncora foram acionadas novamente, com o intuito de manter na linha d’água, seguros, aqueles que não passam em ser iguais ou diminuir os diferentes; realizam os seus projetos pessoais sem alarde e sem perder tempo se preocupando com os outros, porque já dizia o grande pensador, “o inferno são os outros”.
Quando cada um aprender a lidar com o seu inferno pessoal, se aprender, talvez o cenário mude drasticamente e as coisas residam em seu lugar próprio, sem problemas, e faça a máquina girar com tranquilidade e eficiência.
Isso causa um novo impasse a longo prazo: com as coisas funcionando como devem ser, o tédio se multiplicaria e se tornaria a praga de uma nova vida?


 
Marcelo Gomes Melo


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