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A faísca que acende o desejo



A fronha que ela agarrava desesperadamente determinava a intensidade do amor, a fúria de uma paixão comparável a uma ação da natureza, imparável e assustadora.
A razão daquela urgência era saciar uma fome inacabável, burlar as necessidades fugazes para permanecer por um bom tempo com o sabor entre os lábios, o odor demarcado no corpo, os arranhões e hematomas como despojos de uma guerra santa, valiosos, a serem exibidos com orgulho para o espelho e para os que costumam notar a satisfação alheia.
Os sussurros quase inaudíveis, o suor que banhava os corpos brilhantes, músculos retesados pulsando a cada movimento febril. A cama resistente rangendo e aguentando a montaria poderosa, cheia de força e arrojo, indestrutível por razões óbvias.
E essa ânsia que aumenta até alcançar o ápice, em que mãos se entrelaçam, olhares se cruzam jurando tudo o que é maravilhoso, possessão total, sem renúncias, sem regulamentos. Tudo pode e tudo o é.
O clima lá fora não importa, outros sons não penetram o nosso mundo particular fora da Terra, em que a alcova é a nossa nave espacial nos levando a lugares nunca antes desvendados, inserindo prazer por todos os poros, navegando em local tempestuoso sem medo, no sobe e desce que no final nos jogará contra as pedras, cobertos de espuma, assim como uma vitória existencial, em um clamor celestial que confiamos nos manterão saciados por longo tempo.



Estamos enganados, no entanto! Jamais estivemos tão errados! Porque basta que os olhos se toquem novamente para que os corpos se procurem, resvalando um no outro para causar a faísca que incendiará novamente o planeta de duas pessoas, ardendo de prazer e desejo. Isso sim é eterno. Renovando-se a cada momento, e sobre esse tempo não temos controle.
A fronha sabe, a cama sabe, nasceram para resistir às fúrias dos pecados de amor.



Marcelo Gomes Melo

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