A única maneira para um cara como eu
A
imensa vontade de lhe encontrar sozinha no jardim em noite de festa, vestida de
gala, perfumada com o mais hipnótico pode de atração erótica e o mais belo
sorriso da face da Terra, movimentou o meu corpo instantaneamente, como se eu
fosse um robô desgovernado.
Sem fazer a mínima ideia do que dizer,
confiava plenamente no meu poder de sedução, da atração fundamental que incita
os corpos e causa furor nas atitudes da paixão, que ignoram regras, ética,
qualquer coisa que mente ao pudor e nos leve à prisão.
Em relação a isso, caso ficássemos
juntos eu não reclamaria, solicitaria a mais profunda masmorra inóspita, na
qual dançaríamos nus à luz do luar que entrava pela minúscula janela gradeada,
banhando de luz fria os nossos corpos suados e aquecidos. O calor que nos
enlouquecia nos levava à cama de palhas sobre um chão de pedra para realizar o
mais maravilhoso ato desde a criação humana, afeitos a qualquer conforto,
amando pelo amor em si mesmo e mais nada.
Cravando os dedos nas grades do imenso
portão, do lado de fora olhando o belo e imenso jardim, observando à distância
pelos camaradas armados sob o paletó preto que faziam com competência a
segurança do local.
Dali, nem de longe poderia vislumbrar
a passagem da musa monumental que sustentava a razão da minha vida! Entrar sem
convite, sem chance. E eu não tinha convite. Ela sequer me conhecia! Os sonhos
são a melhor, a única maneira para um cara como eu.
Marcelo Gomes Melo
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