Desvairados
Colocam
todas as expectativas em um só número na roleta. Expandem as reações ante
estranhos ao ponto de parecerem patéticos. Dizimam convicções e abandonam o
front para atacar como indígenas nos filmes americanos constantemente,
entregando de corpo e alma todas as qualidades que tenham, sem medo de serem
felizes ou de despencarem sem retorno na fornalha da dor.
Apostam todas as posses sem garantias,
não importando nada além das emoções intermediárias, enormes, que interligam os
meios aos fins. Perder não é sequer uma hipótese, porque derrota é vitória, e
vitória é sinônimo de coragem para arriscar.
Todas as referências para os que vivem
para a felicidade e são felizes para viver. Não há meio termo. A zona
falsamente segura do medo, da autopreservação equivale à morte em desonra, ao
limbo habitado por aqueles que não sentem, ou que escondem quaisquer
sentimentos.
São esses os desvairados, amontoados
em seus desejos, sobreviventes aos sofrimentos, marcados pelas ações audaciosas
indefinidamente. Estafetas do amor, encanadores da luz, subalternos da
ferocidade indescritível do que que é amar acima das consequências.
Esses são os indecifráveis habitantes
do espaço acalorado no mapa dos seres viventes. Sem medo, sem coerência, sem
armaduras. Cem por cento sonhos.
Marcelo Gomes Melo
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