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O equilíbrio da paixão eterna



         Nada que é para sempre é seguro! Pode até durar para sempre, mas sem a pressão de ter que fazer durar. Essa cobrança implícita por parte dos românticos incuráveis é uma linha frágil para cruzar.
          Muito do que é cantado em prosa e verso a respeito da permanência eterna das coisas do amor, subjetivas, etéreas ou não, é feito superficialmente, sem incluir na equação pequenos acontecimentos que podem mudar o rumo da eternidade desejada por conta de casualidades.
          O romântico enlouquecido tem por objetivo exagerar tanto nas expectativas que acaba por sofrer antecipadamente, ou escolher a paixão platônica como segurança para a própria sobrevivência. Pode idealizar o amor até as raias do absurdo, e a vítima desse amor como pura perfeição, mas nem o fato de ser platônico garantirá que o amor que sente será eterno.
          A segurança em uma situação eterna inexiste. Pode ser monótono, pode ser divertido, pode alternar entre os dois, mas jamais será eterno. Vinicius de Moraes apregoava brilhantemente sobre o amor: “Que seja eterno/Posto que é chama/Mas que seja infinito enquanto dure”. Caso alguém pare e analise o verso, verá que se trata de uma declaração bastante prática, racional, o contrário de perdidamente apaixonado. A razão para isso é inserir um pouco de segurança para alcançar paixões viscerais e delirantes, excluindo a pressão de ter que ser eterna.
          Há muito de inconsequência no amor e praticidade na resistência. Existem muitos inconsequentes por natureza que se apaixonam ou declaram estar apaixonados por pessoas diferentes a cada instante, e isso demora apenas o tempo de avisar ao mundo pelas redes sociais, depois troca.



          Estar apaixonado para sempre parece ser uma necessidade de quem deseja estar na moda. Exigem de cara que o amor seja perfeito e eterno, tudo o que não pode ser. Não existe realidade perfeita, e se isso fosse levado a sério talvez garantisse um pouco mais de tempo para o desenvolvimento do amor. Só nos resta pensar se valeria a pena, ou o sofrimento é componente essencial como equilíbrio aos apaixonados do mundo?



Marcelo Gomes Melo

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