As três canções mais emblemáticas de sua vida
Essa brincadeira foi
pensada a partir de um comentário da Mexican Girl em um post, outro dia. Ela
usou um adjetivo específico: emblemático.
Essa palavra motivou a tal brincadeira, que é “Quais são as três canções nacionais mais emblemáticas para a sua vida
até o momento”? Sim, porque é possível fazer qualquer tipo de lista
musical; para levar a uma ilha deserta, para momentos românticos na selva, para
espera na antessala do dentista... Mas escolher três delas apenas, sejam quais
forem as razões, apenas porque lhe acompanham na vida como uma sombra é mais
difícil. E divertido.
Talvez os faça buscar memórias distantes como se fossem do
dia anterior; canções que carregamos conosco e são responsáveis pela trilha
sonora de acontecimentos que nem se destacam assim até que pensemos neles.
Então vamos nessa. As três canções nacionais mais
emblemáticas de sua vida até agora. Por enquanto, músicas nacionais. Eu começo:
1-
“Sampa”
– Caetano Veloso
Fala
do amor de um poeta narcisista, adorador da beleza superficial e exterior, por
uma cidade forte, de concreto cinzento e frio, mas que o acolhe e aquece como
mais um filho, ensinando as agruras da vida e possibilitando soluções através
de sua própria criatividade e força de vontade; cidade que transforma meninos
em homens e garotinhas em mulheres, não importa a idade com que nela se chegue.
Alguma coisa sempre acontecerá em seus corações. Clássico!
2-
“Saigon”
– Emílio Santiago
É o amor que todo mundo já sentiu, sente ou ainda
sentirá em sua vida. Amor vulcânico incontrolável, desfilando pelos corpos
através da corrente sanguínea, tesão inigualável e inacabável, entendimento
mútuo consistente e persistente até que, por um motivo bobo qualquer,
teletransporta ao inferno no inverno; e a dor que se sente é tanta, mas tanta,
que só retomando o amor com ainda mais força será possível sentir bem de novo.
Até que novas bobagens surjam. Essencial!
3-
“Acrilic
on canvas” – Legião Urbana
É
pura metalinguística. A arte utiliza a arte para falar sobre si mesma. Paixão
elevada à máxima potência com todas as dificuldades e todos os prazeres
inerentes, reais, colidindo mundos paralelos, irreais, questionando
luxuosamente a sanidade de quem ama.
Séculos após Fernando Pessoa afirmar “O poeta é um
fingidor./ Finge tão completamente/Que chega a fingir que é dor/A dor que
deveras sente”, demonstra ao criar um ambiente sedutor, de outono, com sua iluminação
difusa, que a confusão de amar permanece emaranhada permanentemente a todos os
sentidos humanos. Vital!
Pronto. Minhas três canções nacionais emblemáticas estão
listadas. Quais são as suas? Façamos um painel poético-musical inigualável com
nossas próprias opiniões e instintos. Valeu!
Marcelo
Gomes Melo
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