O cemitério das convicções imutáveis
Nos
estertores intelectuais, abdico da própria defesa em nome da completa
obsolescência. Sem devaneios ou afirmações coerentes e frias, convenço-me da
morte em abismo sem fundo, escuridão e dor sem resistência. Impassível até o
último caldo!
Admito uma vida entranhada no âmago do
conhecimento, garras ferozes, sentimento insone brigando por ideais aos quais
fui adaptando as minhas ideias e crenças; e não o contrário.
Do cemitério das convicções imutáveis
sempre fiz questão de passar ao largo, sequer ofertando um mínimo olhar que
fosse.
Declinando dos benefícios que as
sombras proporcionam, mostrei à luz todos os meus movimentos e guardei para o
luar todos os meus pensamentos secretos. Não existe arrependimento quando a
honra é lavada em sangue, e nem temor de nenhuma luta quando a arma maior for a
verdade!
Que rufem os tambores tão alto que
encubra a ira dos fracos e ensurdeça os vencedores no que concerne às falácias
libidinosas, enganadoras.
Hoje permito à memória que durma,
tranquila do caminho que trilhou até aqui. O emburrecimento é livre, mas só
causa vícios incomensuráveis, e desterro moral e físico.
Retirando-me da arena macabra na qual
garanti o meu espaço por meio de discernimento e força, jamais olharei para
trás nem erguerei a mão para punir aos indolentes!
A
culpa é o selo forjado na porta como aviso imortal. Que a alegria dos
famigerados se manifeste enquanto a cidade queima. Que venha o funk carioca!
Marcelo Gomes Melo
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