A queda do último bastião masculino
O
último bastião masculino está caindo! A arte de se reunir em torno de diversas
cervejas para discutir futebol sem uma presença feminina para atrapalhar o
desenvolvimento do papo.
Costumeiramente as mulheres decidem a
maioria das coisas da vida do casal; a cor da sala de estar, o formato e a
qualidade dos móveis, talheres, pratos, a decoração e quando é possível reunir
o pessoal para assistir o jogo. Definem a maioria dos planos para os filhos e
até a forma como os seus homens devem se vestir e se comportar.
Até aí tudo bem, poucos se rebelam
contra essa dominação, por ser mais satisfatório manter a paz familiar e evitar
se tornarem os vilões. Os que se declaram contrários serão abandonados,
crucificados e até determinados como péssimos seres humanos, acabando à margem
do processo social, sem conseguir companhia feminina que não seja remunerada.
As mulheres, mesmo tendo todo esse
poder de comandar a família e influenciar em todas as decisões, ainda não
parecem satisfeitas, e reclamam aos quatro ventos que fazem tudo sozinhas e não
são reconhecidas, mas não estão preparadas para admitir que a possessividade, a
obsessão pelo domínio completo, tanto em casa quanto no trabalho termina por
isolar. É o que acontece a homens e mulheres dispostos a obter controle a
qualquer custo.
Os
homens tinham uma válvula de escape: discutir futebol bebendo cerveja. Aquele é
o reino masculino que afasta o estresse e os problemas afetivos. Discutir
futebol brutalmente,, em voz alta, dando porrada na mesa, sacaneando a quem
perdeu sem piedade, retrucando pesadamente, brigando... Depois bebendo e
esquecendo tudo. A amizade permanecia. Discutir futebol é libertador!
Aí as mulheres decidiram que também
gostam de futebol e têm o direito e o dever de debater com os homens. E você
liga a televisão e tem sempre uma modelo bem maquiada repetindo conceitos que
decorou como um mero papagaio, tentando nos convencer de que são apaixonadas
por futebol desde pequenas.
Apaixonadas por futebol desde pequenas?!
Mostrem-nos as marcas nas canelas, nos tornozelos, nos joelhos! Contem-nos
sobre as surras que tomavam dos pais por terem brigado na rua! Onde está aquela
camisa velha, mofada do seu time de coração, guardada mesmo suada em algum baú
no porão?
Nesse
ponto poderão argumentar com ódio e rudeza: “isso é puro machismo, as mulheres
têm direito de comentar futebol tanto quanto qualquer homem!”; realmente elas
têm, não há discussão sobre isso. Tanto podem fazer que o fazem, e devem
fazê-lo! O problema é que uma mulher infiltrada em um grupo masculino
discutindo futebol é como um homem em meio a uma reunião feminina para falar
sobre novelas. É acabar com a última opção de exercer o instinto de ser ogro,
porque homem algum poderá discutir com uma mulher da mesma forma que o faz com
outro homem. Nada de atitudes belicosas, nada de murros na parede nem tapões
nas costas, nada de xingamentos e acusações, porque mulher não sabe perder. Ela
chora quando o seu time toma um gol, mesmo que tenha 89 minutos para recuperar.
E usará contra nós o fato de ser mulher se estiver perdendo uma discussão; vai
chorar e ficar emburrada, se for preciso, e isso nos faz perder a parada
antecipadamente, tornando impossível aliviar o estresse na pancada.
Uma jornalista europeia defendeu
recentemente a tese de que o homem europeu está perdendo a masculinidade, o
poder de defender suas fêmeas agindo, caso necessário, de maneira violenta.
Então, segundo a argumentação dela, estrangeiros de países em que a mulher não
tem valor ou voz aportavam na Europa para estupra-las e espancá-las sem que os
homens de seus países pudessem defendê-las por agirem e pensarem como mulher.
Inclusive os políticos.
É preciso pensar nessa possibilidade.
De as mulheres oprimirem tanto aos homens que eles percam a sua essência
protetora. Homens se deixando anular a ponto de parecerem mulheres, gentis em
excesso, incapazes de defendê-las e protegê-las como se deve em determinadas
situações.
Logo
haverá homens promovendo chás de bebês, dobrando roupinhas e ouvindo as
conversas de suas mulheres, sentados no sofá com os joelhos juntinhos,
reprimindo o instinto básico necessário que antes se diluía nos esportes;
formando caráter e respeito pelas mulheres sem perder a masculinidade. Algo a
se pensar com urgência!
Marcelo Gomes Melo
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