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Carnaval das almas infláveis



          Poupem-nos sobre a afirmação de que o brasileiro ama o carnaval, essa não é a verdade!
          Uma festa folclórica exaltada como uma das maravilhas nacionais por motivos turísticos, políticos e financeiros, que definem a imagem de um país; entretanto não gera benefícios visíveis para nenhum município, cidade ou estado.
          Geralmente o carnaval era a chance de as emissoras de televisão transmitir ao vivo bailes proibidos com acontecimentos, digamos, bizarros, para usar um eufemismo.
          Hoje em dia esses acontecimentos são liberados para o horário infantil, e atuam como o carro-chefe do horário nobre. Virou algo comum e rotineiro assistir as sacanagens carnavalescas no dia a dia, tirando o grande apelo para quem só podia assistir ações proibidas nessa época. Apenas os turistas estrangeiros chegam aguardando aventuras picantes regadas a grande quantidade de álcool e propinas.
          É bem possível que logo surja um carnaval às avessas com blocos formados por pessoas sóbrias e vestidas, agindo de maneira comportada, careta e até mesmo chata para os padrões de “sexo explícito acima de tudo” que movem os amantes da fama instantânea. Hoje as pessoas fazem qualquer coisa para obter dinheiro e fama sem nenhum freio moral que as impeça; sem nenhum tipo de ética ou conduta religiosa qualquer que balize suas atitudes nocivas; por exemplo, os cara que antigamente esperavam o ano todo para se vestir de mulher e soltar a franga, mantendo o perfil masculino para o resto do ano já não precisam fazer isso. É normal travestir-se para o trabalho e para a balada sem remorso ou vergonha. O armário está escancarado e isso deixa o carnaval uma festa como outra qualquer. Acabarão atuando travestidos o ano todo e no carnaval se vestirão como homens. Não que isso seja bom ou ruim, é apenas um argumento para demonstrar que o carnaval não é adorado por cem entre cem brasileiros, muito ao contrário.


          O carnaval tem sido uma repetição infinita das mesmas coisas, mesmos sons, mesmas fantasias, mesmos tons, mesmas cores, e profissionalizou-se a ponto de realizarem enredos encomendados, em troca de compensação financeira gigantesca. Deixou há tempos de ser uma festa popular sem intenções lucrativas, e a depravação dos participantes é a única parte em que a festa evolui a cada ano. Como depravação é a “arte do momento”, e qualquer um disposto a alcançar o pódio da safadeza explícita por qualquer migalha, a festa carnavalesca se restringe a um evento dessas pessoas para elas mesmas. Isso dito sem falso moralismo ou preconceito, apenas a ressalva de que cada um pode exercer a ação que desejar desde que de forma privada, resguardando a si mesmo e à sociedade, deixando de servir como alimento para os abutres que faturam alto com a falta de noção e recato alheio.
          A grande maioria do povo brasileiro ignora o carnaval solenemente, e sempre foi assim. A maioria não condena e nem idolatra a festa. Não há uma totalidade de amantes de abominações registradas por imbecis empunhando microfone e tentando entrevistar a algum idiota que não ouve e nem tem nada a dizer embaixo daquele som extremamente alto.
          A imensa maioria não curte o carnaval, curte o feriado. É isso o que impulsiona os comentários, a espera ansiosa; todos querem ir para lugares distantes em que possam festejar, fazer churrasco e descansar sem ver ou ouvir carnaval de forma alguma, afinal é a última chance de farrear antes que o país comece realmente a funcionar profissionalmente, não é? Mais ou menos.

Marcelo Gomes Melo

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