Dominar o próprio idioma é crucial!
Um
comercial na televisão sobre um curso de inglês chamou a atenção a respeito da
maneira como enfocava a necessidade para a aprendizagem do idioma. Aparecia uma
atriz encarnando uma chefe de uma empresa brasileira despejando estrangeirismos
em cima de um atarantado secretário enquanto andava apressada pelo escritório;
o rapaz, desesperado, tentava compreender e anotar as instruções, e um locutor
apregoava que para entender a língua do patrão era crucial aprender o idioma
inglês.
O fato é que ela, a chefe, em momento
algum falou em inglês. Misturou o supostamente parco português a uma série de
expressões cujos sinônimos na língua pátria seriam mais simples, mais fáceis e
muito mais eficientes. O comercial apenas demonstra a incapacidade da chefe de
utilizar o próprio idioma, sendo ineficiente na língua portuguesa, além da
atitude arrogante desnecessária de usar os tais estrangeirismos, obrigando o
secretário novato a conhecer as principais expressões do idioma inglês no
âmbito profissional para se dar bem no emprego.
Isso não é ter necessidade de aprender
um idioma; é apenas incentivar a que ele aprenda alguns macetes não brasileiros
para conseguir lidar com a chefe que aparenta desconhecer o português e
acredita piamente que utilizar-se de estrangeirismos elevará o próprio status
ante os seus comandados e com o mercado em geral.
Eis
a síntese do comportamento social brasileiro da atualidade. A perda completa da
noção da importância de conhecer, valorizar e saber utilizar o próprio idioma
acima de tudo, pois essa é uma das colunas mestras para a autoestima de um
povo, a força de um país.
Aprender outro idioma é igualmente
importante, porque o mundo globalizado exige que as pessoas facilitem o contato
pessoal e profissional, e isso vai muito além de meras expressões a serem
repetidas por papagaios que gesticulam como macacos.
Uma pessoa deve aprender um idioma verdadeiramente,
conhecendo as raízes e as regras; a forma culta do falar e do escrever. É óbvio
que o falar informal, com gírias, expressões e jargões é igualmente importante,
mas superficial; não significam exatamente conhecer uma língua.
Por fim reforçou a visão de que nem
tudo o que a mídia vende e produz, o faz corretamente. E o mais importante:
deve-se respeitar, conhecer e utilizar o próprio idioma o tempo todo. Isso
garantirá a evolução da língua e o aprendizado de outras sem desmerecer o que é
seu por nascimento. Dominar o próprio idioma é exercer o poder da comunicação à
máxima potência.
Marcelo Gomes Melo
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