Existência urbana. Sem luz nada acontece.
Colocando
os pensamentos em ordem na escuridão, fica fácil arranjar um lugar em cada
prateleira para os obstáculos que nos afligem. E percebemos aqueles que sequer
consideramos como um real obstáculo.
A escravização por parte da tecnologia
e afins, por exemplo, demonstrada claramente (através dos relâmpagos) durante
um período longo de seis ou mais horas sem eletricidade. Por motivos de
desastres naturais, mesmo que causados pelo péssimo uso dos recursos, ou pela
ineficiência e falta de planejamento dos responsáveis, experts em aumentos de
tarifas e diminuição de excelência do serviço, nos deparamos com o domínio ao
qual somos expostos e viciados.
O afastamento dos seres humanos chega
à raias do absurdo! Não há mais pessoas que saem às suas calçadas apenas para
conversar, nem mesmo sob a iluminação artificial. O encontro com a novela não
permite a interação entre as pessoas; o perigo de ficar à porta de casa, também.
Não há segurança. Bandidos podem assalta-las. A polícia pode surgir e tomar um
grupo de pessoas conversando no portão como desordeiros e ladrões. Melhor não
arriscar.
A tempestade varre a cidade, castiga
impiedosamente cada canto, demonstrando o crescimento desordenado, a engenharia
de tráfego falha até para olhares leigos e o resultado da ausência de cidadania
saltando pelos bueiros entupidos e lixo espalhado pelas ruas. Pessoas
destruídas pela própria falta de educação e ética.
A iluminação que antes se buscava era
a do cérebro e do espírito; agora, a simples iluminação pública basta. Manter
os aparelhos funcionando para celebrar a futilidade é o amor por si mesmo é
melhor do que qualquer maneira de conhecimento filosófico, baseado em conceitos
como o Sentir, o Amar, o Viver e o Compartilhar.
Não
da maneira como se compartilha a foto do lanche fast food, mas algo superior,
que gere crescimento intelectual e espiritual.
Os grandes centros urbanos são
habitados por almas penadas armadas com smartphones, e que não têm condições de
sobreviver em condições naturais, sem eletricidade e sem facilidade criadas
pela tecnologia.
O futuro insinua a formação de uma
nova raça que não a humana, como a conhecemos: uma evolução física e mental, com
tipos novos tipos de necessidades e modos diferentes de pensar e de se
relacionar. Talvez sejamos os extraterrestres que muitos acreditam existir há
séculos; uma raça em pleno processo de mudança em que valores vão se perdendo e
outros vão sendo criados de forma polêmica e assustadora.
Resta imaginar se a tal mudança é para
melhor, e a que vai se perdendo pode ser esquecido e substituído com vantagens. E isso muitos de nós jamais
saberá.
Marcelo Gomes Melo
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