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                O brasileiro é roubado por todos os lados
 
 

          O tratamento dado ao consumidor reflete a qualidade (ou a falta de) das empresas prestadoras de serviços no país. A propaganda privilegia pontos que atraiam indiscutivelmente ao incauto, vendendo status, prometendo beleza e riqueza, fazendo-o vislumbrar benefícios incontáveis e fazer o impossível para adquirir o produto, mesmo não tendo sequer onde cair morto.

          Feita a compra, a vítima sai toda sorridente e feliz, pronta para utilizar o que lhe disseram iria mudar a sua vida para sempre. E logo ele saberá que essa era a única verdade em tudo propagandeado. Sua vida virará um inferno sem fim, gastando horas ao fone para resolver problemas, conseguir enviar o produto para a autorizada, por que a garantia... Bem, a garantia é feita como faria Jack, o estripador: em partes. A primeira das partes é uma garantia curtíssima, engana trouxa, que dura apenas o trajeto da loja até em casa, não mais que isso. Mas, há um motivo. Criam dificuldades para vender facilidades! Logo o vendedor informa em tom de velada ameaça que é melhor “comprar” a garantia estendida, que dura mais tempo e deixará o bobo alegre tranquilo. Isso quer dizer que, ao adquirir um produto, o consumidor deve sair intranquilo, preocupado mesmo que o produto falhará e ele será enganado.

          Os mafiosos das empresas apregoam a qualidade estética, explicitam a qualidade técnica, demonstram a qualidade dinâmica, seja lá o que for, mas jamais associam tudo isso às necessidades reais do comprador, que, sendo impulsivo, até compulsivo, compra até o que não lhe serve.

          O consumidor instado, convencido, quase obrigado a adquirir todo o tipo de produto, não recebe em contrapartida nenhum tipo de certeza a respeito da real qualidade, durabilidade ou valor do que lhe está sendo empurrado goela abaixo. Nem ele mesmo, comprador, acredita no que está comprando, na veracidade da propaganda ou na honestidade de quem vende, sinal dos tempos em uma sociedade que vive para enganar, levar vantagem em tudo, não importa quem seja a próxima vítima. Um círculo vicioso em que o enganado da vez procura repassar o prejuízo para outro e respira aliviado quando consegue diminuir a própria perda.

          O resultado dessa sacanagem institucionalizada é uma enxurrada de reclamações no PROCON, órgão que procura defender as vítimas das empresas maléficas que subornaram o governo para agir da maneira como agem sem fiscalização, como uma licença oficial para roubar e enganar; o PROCON seria um paliativo para enevoar a visão do idiota surrupiado, algo próximo do bater e assoprar, e nem de longe consegue diminuir as perdas de quem é escorchado diariamente, por todos os ângulos e em todas as negociações.

          Propagandas enganosas são atiradas nas caras crédulas da população anestesiada pela estrela dos marqueteiros cruéis e maldosos, que visam enganar para obter lucro, driblar, faturar a mente dos tolos para fazer com que consumam indiscriminadamente e os faça morder todo o dinheiro possível.

          A partir da venda é outra coisa. Danem-se os compradores! Virem-se e procurem seus direitos! Após a aquisição do produto, o desespero é o limite. Reaver o dinheiro? Talvez, com perdas de tempo, nervosismo, dor de cabeça e reduzido pela inflação. Receber um produto novo e funcionando? Talvez, passado um tempo inacreditável, quando sua esperança e felicidade de utilizar o produto com o qual sonhava se esvaiu completamente e a sensação de derrota institucional reaviva-se a cada olhada para o símbolo e origem de seus problemas.

          O brasileiro é roubado de todos os lados, enganados até não poderem mais, destruídos por devoradores de grana, de sonhos, de almas. Não há solução; assaltarão eternamente!

 
                                         Marcelo Gomes Melo

 

 

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