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                   Agruras da vida ou mau humor elevado à máxima potência

Observando os meus pares seres humanos superficialmente, como um mero exercício de filosofia barata ou falta do que fazer, cheguei à terrível conclusão de que a humanidade encontra-se à beira da extinção.

Não ache que eles, os seres humanos, espinafram os corruptos por quererem o triunfo da honestidade; o fazem apenas por inveja, nociva e nojenta. Na realidade gostariam de estar no lugar dos que corrompem ou adorariam ser corrompidos. Parecem desconhecer leis e regras de convivência e odeiam ou se envergonham de utilizar as palavrinhas mágicas “por favor” e “obrigado”; maravilham-se em derramar sobre os outros seres todas as próprias frustrações e estresse inacabável. Julgam o tempo todo e jamais aceitarão qualquer crítica, por melhor intencionada que seja, enxergando apenas aquele sentimento venenoso que cultivam tão bem.

A humanidade segue indiferente aos que, ingênua ou obstinadamente ainda bradam em nome dos bons costumes, da ordem e da tolerância; esses, os obstinados pela paz, piegas às vezes, assemelham-se a pássaros num milharal, discursando aos quatro ventos enquanto ao redor canalhas queimam!

Não se deve ter escrúpulos em dias de fúria, mastigando o veneno das falhas do povo maldoso, cheio de vícios, invejoso e cruel. Gerações de inúteis agindo como uma poderosa borracha, apagando as conquistas humanas adquiridas com tanto esforço. Hoje há os que querem esmolas, prêmios, suborno, bolsas-qualquer-coisa, mensalões, ao invés de aprender, tornar-se capaz de modificar o mundo para melhor com ações individuais admiráveis, que, úteis para si, acaba refletindo em todos.

As agruras da vida são absolutamente nada se comparadas à monotonia dos descerebrados, à preguiça absurda que os impede de agir, modificar o próprio destino. Ser amparado como um animal abandonado, vivendo de sobras, virou objetivo de vida para grande parte dos terráqueos. A morte é nada. A vida tem o mesmo valor. Eles não existem, ocupam espaço espalhando o veneno da inutilidade, queimando as veias dos que se revoltam, não aceitam, não entendem.

Se você não se inclui dentre esses vampiros de almas que pululam sob os céus, provavelmente faça parte dos mal-humorados e descrentes que, em momentos de extremo cansaço, resolvem escapar do raciocínio comprado pronto, encaixotado e revendido para os que têm medo de expor o que sentem, e chutar o balde de incoerência e incompetência que recolhe os cidadãos passivos e os enterra nas profundezas dos infernos.

Chega de dourar a pílula! O momento é de ação, após infinita era de reflexão. Mesmo que se queira, às vezes, desistir, é necessário permanecer vivo e chutando!

                                Marcelo Gomes Melo
 

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