Precisar
e precisão
As descobertas são
necessárias à evolução dos seres humanos. Para evoluir é preciso descobrir
coisas novas, inventar formas de facilitar a existência humana em seu habitat
natural. Muitas vezes tais descobertas exigem sacrifício, e, de muitos,
inclusive a vida, doada em benefício da humanidade.
Na antiguidade, navegar significava o meio mais moderno de
percorrer as distâncias em busca de novidades e enriquecimento; hoje, navegar
significa o mesmo, sem, no entanto, necessitar de qualquer tipo de mudança ou
movimento físico.
Em nome de descobertas, arriscar-se pela população parecia
comum, e a navegação como meio de transporte é precisa, exata. Mas a vida, ao
contrário, nada tem de exata, e as pessoas experimentam mudanças a cada
segundo, o que torna a vida imprecisa, inexata, improvável.
Viver exige criatividade e jogo de cintura. Conectividade.
Há diversos artifícios que tornam a vida mais colorida, ativa e pertinente;
alcançar a todos os portos, metaforicamente falando, é vital para que as
experiências sejam exploradas ao máximo, e haja alguma coerência no caos que é
procurar, sem rumo, por algo que satisfaça e complete a sede dos indivíduos por
algum sentido existencial divino.
O grande poeta português Fernando Pessoa estava mais uma
vez iluminado ao afirmar: “Navegar é preciso. Viver não é preciso”.
Marcelo
Gomes Melo
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