A
pergunta de um milhão de dólares!
A população jovem
brasileira de cidades grandes como São Paulo, cosmopolitas e conectadas ao
restante do mundo sem atraso, hoje em dia, e, portanto ciente de todas as
novidades que acontecem ao redor do planeta sem defasagem, vive um momento
único, porque podem, diferentemente das gerações anteriores, que não tinham
acesso, participar ativamente das mudanças sociais, inclusive criando fatos
novos e tendências que serão seguidas por jovens do mundo inteiro.
Conforme predições do século passado, o mundo realmente se
tornou uma aldeia, as distâncias sumiram e as linguagens se universalizaram; o
que é sensacional porque denota evolução pura e constante.
Por que essa evolução não vem acompanhada de eficácia? A
tecnologia não parece ser utilizada com qualidade para produzir conhecimento
útil e valioso. Os jovens parecem estar presos a um subproduto cultural de
fácil realização, fútil e descartável, sem qualquer grau de dificuldade que os
faça pensar, analisar e decidir o melhor caminho, usando o próprio cérebro para
transformar a natureza em proveito da sociedade de maneira sustentável.
Hoje não se percebe a participação da juventude em eventos
culturais de cunho intelectual; a imensa maioria parece preferir um show de
funk a uma peça teatral, um jogo viciante e tedioso a um livro que os permita
alçar voo e criar mundos imaginários, exercitando as faculdades mentais. Nada
de esporte que lhes desenvolva a musculatura e os tornem saudáveis; o ócio é a
escolha de todos, que se recusam a desenvolver os próprios talentos. Recusam o
dom de raciocinar.
Não importa a que classe social eles pertençam, a atitude,
ou a falta dela, é a mesma. Talvez isso tenha criado por parte dos pensadores
da educação o mantra, o qual repetem incansavelmente: é preciso motivar, é
preciso motivar...
Ora, só é preciso motivar quando não ficou claro o bastante
o quanto é importante aprender, pesquisar, perguntar, exercer a curiosidade, se
esforçar, por mais chato que pareça... E isso só se consegue quando se tem a
noção do imprescindível, o senso do dever e não apenas a propagação dos
direitos.
Como fazer com que a juventude urbana e rural brasileira se
movimente e se interesse por artes, leitura, música de qualidade, esportes que
despertem a dedicação, o respeito, ajudando a moldar o caráter e a formar
pessoas completas e não meros humanoides sem cérebro, anestesiados, desprovidos
da percepção do que é certo ou errado, que valorizam a violência e são
incapazes de se emocionar ou se indignar, passando pela vida sem viver, como
meros espectadores?
Essa é a pergunta de um milhão de dólares.
Marcelo
Gomes Melo
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