Variações
diatópicas: diferentes estilos, diferentes linguagens, comunicação eficiente.
O Brasil é um país de
dimensões continentais cuja língua portuguesa atua como fio condutor para a
preservação das tradições, divulgação da cultura e disseminação das ideias. Um
idioma informal, personalizado, enraíza-se por todos os cantos, atendendo à
necessidade primordial de comunicar e manter a evolução do idioma,
enriquecendo-o e tornando-o cada vez mais acessível e compreensível aos
falantes da língua.
É essa linguagem informal, esse conhecimento implícito ao
falante que facilitará a compreensão do idioma em sua modalidade culta, de
acordo com as normas gramaticais vigentes. Compreender e saber como e quando
utilizá-la é um dever para quem deseja dominar todas as possibilidades e
esmerar-se na atuação em sociedade, como cidadão pleno e participativo.
Atente para a linguagem peculiar utilizada no exemplo a
seguir, que, mesmo nada tendo a ver com a norma culta, consegue alcançar o seu
objetivo precípuo que é o de comunicar-se com eficiência, fazendo-se
compreender em sua ideia central.
“Entrevista
de emprego”
“Oxente madama, eu vim do norte pra trabaiá em sunpaulo
prequê me adissero que aqui é a terra dos sonho, num sabe? Qualqué maxo da
minha terra cum vontade de enriquecê tem que se aboletá num pau de arara cum as
troxa de ropa e arrumá um trabaio que te dê di cume e bebê, sim sinhora.
Derrepentemente a sinhora vai me preguntá do que eu sei
fazê e eu vô dizê a vossa senhorita que eu fasso de tudo um quarqué merreca,
dona coisa; sô selvente de pedrero, jardinero, cuido das pranta, carrego peso
que sô maxo forte pra daná. Tenho medo de sirvisso naum, doMaria, se a sinhora
quisé cumesso agora mermo. Cumigo naum tem pobrema, sem migo é que é pobrema”.
A linguagem oral está bastante presente no tipo de
comunicação escrita acima, cumprindo com a sua intenção de se fazer entender,
mesmo que o autor desconheça as regras oficiais do bem falar e do bem escrever;
mas os signos padrão estão todos lá, o que deixa claro que ajuda-lo a aprimorar
a escrita e a fala para os padrões cultos não exclui sua capacidade de se fazer
entender através da linguagem informal, que é intrínseca.
A inclusão acontece de forma menos problemática quando há o
reconhecimento de suas experiências regionais, agregando um novo conhecimento
sem excluir suas memórias remotas de uma vida inteira.
Marcelo
Gomes Melo
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