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Um poeta vivo, morto.



Mãos de poeta
A dor do mundo nas veias
Os punhos machucados
De tanto abrir caminho
Com selvageria atrás de você
Os olhos turvos com os destemperos 
 Da paixão sequestrada
Ritmo acelerado nos passos
Marcas doloridas nos ossos
Pegadas esculpidas nas pedras
Atrás de você.
E o mesmo agora.
Mãos de pugilista
A ansiedade de uma vida
No corpo.
Um poeta vivo, morto.
Os punhos enrijecidos
Por haver encontrado
O meu caminho no mundo


O olhar domado pelo destino
A expressão congelada
Pela paixão desacreditada
Cicatrizes espalhadas
Que doem quando chove
De fugir de você.
Não há nada que eu possa fazer 
 A não ser sobreviver. 
E me perguntar
Se tenho ou não tenho você.




Marcelo Gomes Melo

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