Esse é o fim de ano do fim do mundo?
Esse
é um fim de ano atípico. Sim, é um fim de ano que marca o enterro das tradições
como as conhecemos. Já não se enfeitam as ruas, não se enfeitam as casas, os
shoppings, as lojas! Já não se enfeitam as pessoas, não há sorrisos especiais e
nem preparos especiais.
As crianças não mais anseiam pela
noite de natal, pelos presentes, pelos alimentos gostosos e diferentes. Já não
há apelo midiático. Os meios de comunicação não vendem aquele clima de paz e
amor, de compreensão entre os povos. Isso não é mais possível porque estão
ocupados mostrando ao vivo as mortes, os atentados terroristas, a devassidão
imensurável do povo, a incapacidade de olhar além do próprio umbigo, de ver
algo mais que não as próprias necessidades.
Esse é o fim de ano cinzento, as
pessoas pelas ruas não luzem como o faziam nos bons tempos. Vemos gente
desconfiada cruzando com gente cheia de más intenções, observados por gente
que, como na direção de um zoológico analisam as reações populares com intenção
de criar agendas que os beneficie. Movimentos calculados para controlar e
abusar.
Fim de ano em que a podridão humana
veio à tona em todos os seus aspectos; os políticos, de quem se supunha serem
ladrões e corruptos acabaram afirmando com todas as atitudes que o eram ainda
mais do que apenas isso. Sujeitos toscos de coração e mente liderando idiotas
inúteis que se contentam com migalhas e raspam o chão em que esses desgraçados
pisam com intenção de recolher restos. Gente correta, mas preguiçosa na varanda
olhando o caos de braços cruzados, cansados da extorsão constante da qual são
vítimas, porque já foram idiotizados o suficiente para agirem como um peru
bêbado na véspera do natal.
Esse
é o fim de ano do fim do mundo? Esse é um novo mundo enraizado nos piores pensamentos
e no “quem puder mais, chora menos”? O que esperar de uma sociedade que se
confronta em vez de confrontar os seus líderes corruptos de uma vez, querendo
apenas se apequenar em seus ideais tortos de bandidos, querendo faturar uma
mínima parcela do que os seus candidatos faturam?
Não há espaço para palavras que antes fluíam
da boca das pessoas com verdade e calor: paz, humildade, amor, felicidade,
comunhão.... Hoje, muitos dos que repetem esse mantra são mentirosos, covardes
e hipócritas, e tudo o que dizem sai rasgando, quase uma nuvem gelada de horror
e enganação, com intenção de roubar e obter lucro financeiro.
Olhe para os lados e veja se enxerga o
fim de ano modelo tradicional, antigo.... Olhe para si mesmo e veja se a sua
participação em tudo isso é ativa ou passiva. Olhe para os seus pensamentos. À
beira de um mundo diferente, para pior, raciocine e responda: nesse fim de ano,
você ainda é você?
Marcelo Gomes Melo
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