Beleza é passageira; feiura é perene!
Tenha em sua mente que
toda e qualquer manifestação de beleza é efêmera e leva a muitos de seus
possuidores buscarem, de alguma maneira eternizá-la, reconstruí-la e
aperfeiçoá-la permanentemente, escravizando a si mesmos por algo que não ficará
para sempre. Não da maneira padronizada que esperam.
Fazer da beleza padrão, aceita e difundida em sociedade
como a ideal, a razão de viver e sobreviver profissionalmente, cavar espaços e
adquirir status não é inteligente. Vive-se uma época sem consciência do que é
pessoal, individual, para expor o individualismo material, trocando o
particular pela fama superficial e dinheiro imediato no bolso. Depois angústia
e tristeza.
A beleza externa dita regras e muda conceitos, muitas vezes
por obrigação, e pessoas deformam a si mesmas na intenção de se tornar um mero
clone, uma casca desprovida de conteúdo, governadas pela mídia e iludidas por
pesadelos travestidos de sonhos.
Saiba, entretanto, caro adepto do espelho como norteador de
seu tempo, que a beleza não morre, adapta-se. Transforma-se com o tempo,
inexorável. Acrescenta nuvens aos cabelos, marcas à alma e cicatrizes ao corpo.
Mas não some completamente, envolve-se em dignidade comovente, desde que se
conquiste com glória e merecimento.
Já a feiura é
intrínseca. O feio já sabe que não vai mudar, permanecerá o mesmo para sempre.
Em ocasiões especiais, à custa de acessórios conseguirá disfarçá-la, enganá-la
de todos por momentos, antes de retornar à base do horripilante peculiar.
O filhote de batida de trem com explosão nuclear é premiado
com a felicidade pura, com as conquistas sinceras. Jamais duvidará do motivo de
suas vitórias. A probabilidade de cultivar em si mesmo diversas outras
qualidades como simpatia, inteligência, carisma e competência é maior, porque
teoricamente a beleza hipnotiza seu dono e centraliza a energia, impedindo o
recebimento de qualidades mais importantes.
No decorrer da vida a feiura se transforma, como a beleza;
mas, fiel, acompanha o seu carregador para sempre. Suaviza-se enquanto
aprofunda-se criando marcas de expressão, arraiga-se na personalidade do
horrível e lhe permite pensar em coisas melhores, fazer coisas mais
importantes, viver em sua totalidade.
Ser feio é distribuir a beleza em partes generosas pelo
resto da humanidade com bondade e desprendimento.
Ei, essa é apenas mais uma filosofia de mesa de bar,
madrugada paulista regada a sorrisos e cervejas, enquanto a “gringaiada”
circula com fogo nas entranhas. Não se apegue ao que não corresponde fielmente
à realidade. Ainda mais porque a beleza está nos olhos de quem observa, e na
quantidade de copos foi esvaziada.
Marcelo
Gomes Melo
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