Dificuldades para lidar
com a juventude
Divagações
derivadas da observação leiga e rotineira de pessoas que não são e nem se
julgam profissionais altamente treinados para medir a motivação das atitudes
mentais dos seres humanos comuns, definindo magnanimamente os porquês de suas
atividades em relação ao universo.
Hoje
em dia está cada vez mais difícil e complicado lidar com a juventude como um
todo, e não nos referimos aos já historicamente rebeldes adolescentes,
revoltados com a sua condição perante o mundo e com a incompreensão dos
adultos, a não ser que os adultos sejam os privilegiados “leitores de marra”
representantes da psicologia andante do século da tecnologia, aptos a
entendê-los e determinar como agem, o que são e por que o são. Embora caiba
citar que mesmo esses leitores da marra alheia que defendem a extinção da hierarquia e amizade geral entre
pais e filhos, abandonando as regras de convivência e o respeito recíproco
também enfrentem problemas, mesmo sendo amiguinhos e não pais ou responsáveis
que os ensine deveres tanto quanto direitos.
Os
jovens aos quais me refiro são pré-adolescentes e ainda não alcançaram o
período de rebeldia natural, mas parecem não reconhecer qualquer sombra de
autoridade nos pais ou professores, o que faz imaginar que jamais foram
confrontados ou sequer aprenderam a importância de conhecer os deveres,
respeitá-los e cumpri-los. Entretanto, mesmo tão jovens, falam sem hesitar
sobre seus supostos direitos, mesmo sem fazer qualquer ideia do que signifique.
Agindo por instinto apenas porque sabem que é algo que lhes favorecerá a ponto
de poderem realizar tudo o que desejarem sem punição.
Hoje
eles parecem julgar a si mesmos seres superiores, e os pais são meros reféns,
mesmo que os apoiem em tudo, por serem totalmente dependentes.
Quando
o inventou a televisão, o russo Wladimir Zworykin não imaginava no que ela se
tornaria; um instrumento voraz de manipulação das massas, que inclui até quem
não tem a personalidade formada e jamais terá, dadas as técnicas de corrupção
que recebem em pílulas, ensinando-os de maneira distorcida e inverídica,
apagando qualquer noção de ética, honestidade, decência e respeito.
Paradoxalmente
surge a poderosa internet, local em que mesmo sem filtro, ou talvez até por
isso, as informações corretas ganham espaço em igualdade com as que são
dispensáveis; ao contrário da televisão, causadora de hipnose coletiva e
criadora de conceitos sombrios para difundir em proveito próprio. Resta saber
se a coerência, dessa vez, superará a banalidade.
Marcelo Gomes Melo
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