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Um tipo benéfico de ditador



          Quero te ver voar nua pra mim no meio da rua, desse jeito psicodélico dos que veem fantasmas, alucinantemente linda, prometendo mais do que já cumpriu em duas outras vidas anteriores e nessa! Nada de desculpas ou empecilhos de isopor, equilibre-se nesse salto desproporcional ao meu entendimento e caminhe, levemente em minha direção, serpenteando como a aurora boreal na cabeça de um virgem com uma taça de absinto.
          Constate sem reclamar que sou um tipo benéfico de ditador quando meus lábios umedecidos contam nossa história e meu olhar é um raio trator da melhor ficção científica universal, transitando por cada palmo de você despudoradamente. Não finja, eu sei. O mundo sabe. Só você quer fingir que não sabe... O querer é maior que a resistência e a manhã seguinte é o selo do que foi entregue sem sacrifícios, sem volta, sem reclamações.



        Quero sentir os tremores de seu corpo quente apenas circulando em torno de você, lentamente, verificando, medindo, usando os sentidos elevados à máxima potência. Inspirando seu cheiro e exalando lava vulcânica; de olhos fechados imaginar os contornos, os vales e os segredos; a pulsação do meu corpo lhe alcançando em ondas de calor. A antecipação do toque, a ausência de som quebrada bruscamente pela respiração dolorosa...
          Não há negação possível ou provável, nem há tentação menor maleável. Desista antes de resistir, considere-se vitimada pelo meu querer infindável! Os pelos eriçados roçando-se suavemente, a luta pelo controle absurdo apenas para vencer o prazer trivial.



          Poderemos delirar bem antes de nos tocar, juntos, ao mesmo tempo e agora, isso não seria sensacional? Embaraçoso? Sorrir sem jeito por uma gafe ridícula... Para depois pensar na possibilidade de algo assim acontecer em um milhão de anos. Quem alcançaria tanta sintonia a esse ponto?
          Não duvide do esplendor decantado pelos sábios; pretendo romper seus limites, e os meus. Não acredite que sei o caminho. Seremos exploradores de mão dadas sob os véus escuros do desconhecido. Vire-se! Assim. Meu pedido é urgente, leia a minha mente!
        Não desejo cristais intactos sob meus músculos arranhados, nem pedidos de perdão pelo emaranhado de cabelos e corpos. Serei seu comandante em tempo integral, não se preocupe em igualdade, aqui somos um. E quando me disser o que fazer, verá que queremos o mesmo, coincidentemente.



          Destitua-se de pudores! Perca o controle até beirarmos a insanidade. Essa é a execução de uma sinfonia de Beethoven, o equivalente a um elevador desgovernado a caminho do inferno de Dante; Carmina Burana pelas linhas do corpo, dedilhado com as mãos de um pianista gênio, experiente e insaciável.
         Eu diria a hora de cruzar a linha do equador, viajando se nos mover, mas você já tem consciência de que nossos momentos imortais andam acorrentados, pulsos e tornozelos. Seja por mim agora e em todo momento! Acalente os dramas como uma mãe cuidadosa; vele por mim, me preservando dos tormentos rudes da vida; serei sua proteção, seu barraco de mármore, impassível, indestrutível.
        O valor dos suspiros trocados toca o coração e percorre, via sangue azul dos amantes, cada milímetro de consciência viva existente. Você é meu mimo em tempos de glória sem fim!




Marcelo Gomes Melo



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