O estado de corrupção não pode
durar para sempre!
Deparei-me
com uma enquete sui generis nas minhas recentes andanças pela internet. Desses
que nos fazem sorrir e em seguida nos fazem pensar; tanto que a reproduzi em
meu blog como curiosidade.
A enquete fazia a seguinte pergunta:
“Qual é a classe profissional mais corrupta da sociedade brasileira no século
XXI?”. E as alternativas, conseguidas após intenso debate, divertido e
filosófico, irado e objetivo numa espécie de fórum informal, do qual participaram
diversas pessoas de diversas idades, profissões e entendimento de mundo, foram
as seguintes:
Primeiro a mais destacada e votada por
razões óbvias, tendo em vista a decadência moral, o descaso com a coisa pública
e o objetivo ostensivo e insaciável de roubar, enriquecer, enganar e usar a
população sem nenhum tipo de drama de consciência; a classe que, desde que p
mundo é mundo lidera a descrença e desconfiança das pessoas, mas que atualmente
é sinônimo de todas as coisas ruins que se pode fazer para prejudicar nações. A
famigerada classe política.
É claro que não foi surpreendente; os
participantes argumentaram sobre uma pequena parcela de políticos honestos, mas
que são engolidos pela máquina e corrompidos pelo poder e pelo dinheiro.
Carimbo decretado: a classe corrupta número um do Brasil.
Há que lembrar tratar-se de uma
pequena parcela de pessoas, mas que representam vários níveis sociais se
manifestando democraticamente através do instrumento mais democrático do
momento, a internet.
A partir daí, algumas surpresas, como
o segundo lugar ter ficado com a classe dos jornalistas esportivos, acusada de
agregar profissionais mal formados ou nem formados intelectualmente,
demonstrando uma total propensão à parcialidade, escolhendo lados, de
preferência os que proporcionem mais fama, IBOPE, dinheiro...
O primeiro mandamento que é noticiar
imparcialmente, ouvindo a todos os lados sem exprimir juízo de valor parece ter
sido esquecido, e a feitura de lobbies que preservem interesses próprios em
detrimento da notícia também colaborou para o asco demonstrado pelos
debatedores, embora frisando que lidar com tanta emoção e sem o mínimo preparo,
portando-se como torcedores contribui imensamente para o descrédito da classe
profissional.
Em terceiro lugar mais uma surpresa,
principalmente por aparecerem baixo dos jornalistas esportivos, mas à frente da
última das alternativas. Trata-se da classe dos advogados do país, acusados de
distorcer a lei e , por dinheiro estar dispostos a condenar as próprias mães,
foram descritos como corruptos por escolha da profissão, e portanto não merecem
nenhum tipo de desconfiança, em momento algum de suas vidas, nem nas folgas.
Para um advogado, a própria esposa pode ser um instrumento de corrupção.
Também nesse caso destacou-se o fato
de que as pessoas são hipócritas, por correrem sem hesitação em busca de um
advogado logo que a necessidade se apresente. Além disso, alguém precisa fazer
o trabalho sujo para manter a sociedade em equilíbrio! Tal argumento foi
refutado pelo simples fato de que os pobres jamais são tratados em igualdade de
condições.
Para fechar, a última alternativa foi
igualmente aterradora, por estar em quarto lugar nas escolhas e por ser
considerada uma “classe profissional”. Bandidos, punguistas, ladrões e desonestos
em geral, arrebanhados como uma única classe foram citados como corruptos
menores; e definidos assim tanto por cometerem delitos financeiramente
insignificantes em relação aos citados anteriormente, quanto por, muitas vezes
não enxergarem tais delitos como algo constrangedor ou passíveis de punição.
O batedor de carteiras, o enganador de
velhinhos na fila do caixa eletrônico, os subornadores e os subornados em
multas de trânsito, fiscalização da prefeitura, “proteção” a estabelecimentos
comerciais...
No fim de tudo, as pessoas sorriem e
dão de ombros, afinal não mudarão nada socialmente criando esse ranking que
todos conhecem e repudiam, mesmo que façam parte dele. Resta em nós aquele
gosto amargo na boca, aquele sabor de impotência ante tal estado de coisas; a
certeza de que a hipocrisia, a descrença, a tristeza e a falta de fé são as
palavras de ordem tatuadas em nossos corações e mentes.
Mas isso não pode ser para sempre! Fim
de ano é época de reflexão, e deve vir acompanhada de ação, o mais rápido possível.
Por que nós podemos!
Marcelo Gomes Melo
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