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Divagações a respeito dos exageros: pais e filhos são parceiros?

                     
          “Mãe é mãe/Paca é paca/Mas mulher... Mulher não!”

                                                                                                                                                                       (Casseta & Planeta)

 

          Pai é pai, não é amigo. Mãe é mãe, não é amiga. Professor é professor, não é amigo. Partindo desse princípio simples é possível entender por que razão as coisas andam de cabeça para baixo; a banana está comendo o macaco!

          Quando venderam a ideia, através das mídias, de que os pais precisavam ser amiguinhos dos filhos, disseram “Sejam como eles, ajam com seus filhos como os amigos agem”; ou pelo menos assim foi entendido.

          Amigos são cúmplices. Um amigo de verdade compartilha deslizes com o outro, conta os erros cometidos, as falcatruas adolescentes, muitas vezes sem perigo algum. Se por acaso um deles cometer algum erro um pouco maior, será acobertado pelo amigo com a maior naturalidade, pois esse é o código de amizade adolescente.

          Amigos frequentam os mesmos lugares, transgridem regras juntos, principalmente nessa fase da adolescência... Então, pais amiguinhos devem agir assim com seus filhos? Se eles forem mal no colégio, tudo bem. Se destratarem a professores e funcionários, superiores hierárquicos imediatos, tudo bem, não é nada. Afinal, amigo é para essas coisas, não é mesmo?

          Imagine duas situações que elevam essa tese de que pais e filhos devam ser “amigos compadres” á máxima potência. A primeira: uma zelosa mãe, que acredita piamente que ser “parceira” dos filhos é essencial, pois a mantém informada de tudo o que fazem e torna a comunicação bem mais fácil, como afirmam os pensadores da educação e do comportamento, além de ser uma atitude moderna que proporciona status. Então ela veste a minissaia vermelha como os lábios e as unhas e parte alegre para a balada, mastigando chiclete com a filha e a galera, num ambiente alucinante, com bebidas alcoólicas em cores que ela jamais viu, se divertindo como nunca no ambiente em que a maioria, inclusive a filha, engole pastilhas com a bebida. “Que tanta preocupação os jovens demonstram com a garganta!”, pensa ela; e acha perfeitamente normal o argumento da filha de que as pastilhas servem para aumentar a diversão.

          No segundo evento, o paizão, que trata o garoto de dezesseis anos como “mano”, entrega as chaves do carro e uma cerveja nas mãos dele e diz com orgulho de um igual: “parte para cima, filhão”.

          Logo o sanguinolento noticiário da tevê trará a notícia de atropelamento e fuga. As vítimas, trabalhadores e famílias de pedestres. Cobrindo o fato com estardalhaço e helicópteros, a mídia ganha dinheiro com publicidade e prestígio com seu circo de horrores entremeado por comerciais, tomando por base as desgraças dos desfavorecidos.

          Em ambos os casos, “pais que se julgam amiguinhos dos filhos ao extremo” em ação. Ser pai ou mãe é ser muito mais do que amigo; é ter a responsabilidade de ensinar, orientar e proteger a quem se colocou no mundo. E cuidar para que saibam diferenciar certo e errado, respeitar leis, conhecer primeiro os seus deveres e então seus direitos; levar em consideração os direitos alheios, agir com ética e respeitar aos adultos. Para que tudo isso aconteça, superando as intempéries que sempre surgem, as pedras no meio do caminho é preciso ser muito mais do que amigo, não? Amigos são iguais, e iguais não precisam tomar esse tipo de decisão.

          O exagero as ações ditadas pela mídia, sem análise detalhada de suas consequências pode levar ao caos familiar, e consequentemente social. Eis a razão para manter a mente aberta e atenta, em nome dos reais valores paternos e maternos.
 
                                        Marcelo Gomes Melo
                                       

 

 

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