Tudo o que eu queria nessa festa sem fim era encontrar o antídoto para a imbecilidade humana, inerente à grande maioria, estimulada pelos canalhas que não se importam com vidas humanas e as manipulam conforme os seus desejos mais vis.
Sim, é nessa festa insana em que cantarolam desafinados batendo palmas para louco dançar que as grandes negociatas acontecem, e os responsáveis, idosos bem vestidos, cercados por assessores e guarda-costas saboreiam bebidas alcoólicas de qualidade e charutos cubanos originais, cuja fumaça os encobre e transforma em seres irreais, capazes de tudo para satisfazer aos seus fetiches malucos, que giram em torno do poder que só o dinheiro dá de decidir sobre a existência de outros, usando-os como cobaias, pressionando-os pelos seus pecados, explorando as suas fraquezas e finalmente destruindo-os quando todo o sumo da vida for consumido impiedosamente.
Um penetra nessa festa pobre cujo poeta há tempos se referiu de forma clara e debochada, ironizando e escancarando a grande hipocrisia que sobrevoa a vida dos signatários ingênuos, inúteis e desprezíveis como uma enorme nave espacial cobrindo o sol do meio dia, trazendo mentiras, verdades e outros artigos negociáveis, em que a moeda de troca serão os que vivem um dia de cada vez, sem ambição, aceitando o que decidirem para eles como cordeiros rumo ao abate.
A moeda de troca serão os ambiciosos covardes, capazes de vender corpo e alma em troca de migalhas que os farão pisotear os seus pares um degrau abaixo, e, arrogantes, esquecerão de que serão a próxima lenha a reacender o fogo que aquecerá as lareiras dos impiedosos, que mesmo vivendo muito não abrem mão dos benefícios do poder, querendo carrega-los no caixão para continuar a exercê-los do túmulo, habitantes do além, candidatos a um inferno no qual pretendem comprar uma cabine com ar condicionado e continuar a negociar com o diabo boas condições. São os sem noção ou os ambiciosos acima das leis divinas?
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