Brucutu resistente do século XX
Eu
sou politicamente incorreto. Eu garanto que olho as suas pernas cruzadas quando
a saia sobe natural, sensual e descuidadamente. Eu olho o seu decote generoso e
me permito imaginar as profundezas onde a maciez domina e faz com que todos os
problemas do mundo desapareçam.
Eu preciso confessar que sou um
espécime antigo, gosto de mulher da maneira mais original possível, aliás, de
maneira ancestral, e não faço questão de me esconder por isso. Não vou disfarçar,
camuflar a minha natureza.
Isso não significa que eu seja um
desrespeitador nojento, porque eu não sei aplicar cantadas grosseiras ou tratar
fêmeas como objetos. Ao contrário, fujo das que se exibem e agem como objeto,
embora, no discurso reneguem o desejo masculino como real e horroroso,
preferindo tratar os assuntos antes românticos como contratos financeiros que
beneficiem a todos.
Eu confesso não ser do tipo
pré-histórico que envia flores e presenteia com ursinhos de pelúcia, estou em
uma prateleira diferente; valorizo bons olhares trocados, conversa inteligente
e insinuações excitantes que culminem em histórias inesquecíveis e memórias
cruciais.
Eu sou o brucutu do século XX com
alguns requintes acessórios interessantes sem desapegar dos ensinamentos
recebidos através das mulheres da minha vida desde criança; respeito e
admiração, firmeza de caráter e explicitação das mínimas intenções, com os
detalhes mais picantes, sempre. É a lei da atração entre homem e mulher desde o
início dos tempos. Não há modismo que modifique o que é destino por toda a
vida.
Marcelo Gomes Melo
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