Lucidez atacada
Como
um réptil deslizando por sua pele no escuro, silvando assustadoramente, o
sangue gelado da insanidade os pensamentos apavorados do pobre mortal,
impulsionando-lhe para longe da lucidez, trançando com ódio os longos cabelos,
a íris alarga-se, os dedos crispados se rebelam sem forças contra o medo, voraz
e audacioso.
Em que mundo vives, tu que estás
exposto às pequenas maldades fraternas, indisposto a erguer-se para lutar por
mais um amanhecer?
Engoles em seco como se o ar lhes
faltasse, e morres lentamente pela falta de coragem em raciocinar, caro
fantasma desconhecido?
As horas se repetem como um moinho ao
sabor do vento, obrigando-te a repensar o horror em que te encontras, sem
opções acima!
Por que não cais? Por que continuas
suspenso, indefeso ante a crueldade imposta a tão insensata alma?
Perder o tempo ou perder-se no tempo
enquanto teus pensamentos ardem e viram cinzas, como se toda a tua existência
nada valesse é um prêmio ou um castigo?
O que importa, no fim, não são as
horas de tortura, mas a tortura das horas!
Marcelo Gomes Melo
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