Muito, muito, muito, muito!
-
“Você é muito, muito, muito, muito!”
- O que isso quer dizer? Está usando
de um eufemismo para me destratar, por acaso?
- Ao contrário! Foi um elogio.
- E que tipo de elogio foi esse?
- Constrangedor ter que explicar um
elogio!
- Sou muito o quê? Diga! Tem licença
para explicar um elogio, só dessa vez.
- Então lá vai: não foi um eufemismo,
foi uma hipérbole. Figura de linguagem utilizada para exagerar, elevar o que é
dito à máxima potência. O verdadeiro intuito foi dizer que você é MUITO TUDO.
- Tudo?!
- Sim. Muito competente, inteligente,
decente, forte, carinhosa, caridosa, interessante, sexy, gostosa, sensível,
bondosa... Tudo!
- Ohh!
- É o nível mais elevado na escala de
elogios no universo. Não há elogio maior para humanos em toda existência...
O sorriso embevecido dela demonstrou
que alcançara toda a compreensão, finalmente. Mas ele continuou:
- ... Entretanto, esse elogio só é
verdadeiramente válido quando a pessoa elogiada o recebe imediatamente com as
mais puras intenções, refletindo tudo o que ela acha de si mesma. Quando não
acontece, ele perde qualquer valor, tornando-se apenas meras palavras que
definiram determinada expressão de amor incondicional por alguns momentos e
depois se perdem ao sabor do vento.
Às vezes elogio algum é a melhor forma
de elogio.
Marcelo Gomes Melo
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