A
mão resvalando entre as coxas da moça era o ponto clássico inicial do perigo.
Ali naquele ambiente social civilizado repleto de sócios do clube, pessoas de
bem, religiosas e pacatas. Hipócritas! Jamais admitirão os seus fetiches, nem
os nocivos, nem os humanos.
Deslizando rumo ao centro da Terra, a
temperatura aumenta irrestrita, o coração tamborila e a respiração se altera. O
olhar se esgazeia e o pensamento se atordoa, não há como evitar.
É desafio o que se quer; desafio às
regras vigentes, aos próprios limites. A moça de rosto corado não impõe
limites, exige o máximo! Entrega-se ao máximo!
A conexão com o infinito se torna
possível, o prazer total se torna provável, e o caminho percorrido premia com
pequenas surpresas que possibilitam o alcance do paraíso através de pequenas
pílulas de delícias desconhecidas, adquiridas conjuntamente.
A moça de olhar indecifrável instiga,
provoca e assombra pela capacidade de verter gostosuras através de cada gesto.
Ela é a paixão em si, a promessa permanente de sonho, a fonte que jamais seca.
O encaixe perfeito transmite sensações
inigualáveis, indescritíveis; delírio é o que se encontra, em camadas espessas
e vibração poderosa, distribuindo-se em ondas desesperadoras, gemidos
inomináveis até a chegada do prazer.
Marcelo Gomes Melo
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