Mundos paralelos, particulares
-
Amo esse sorriso. – E então ela sorri instantaneamente, sem sequer pensar no
que está fazendo; quase me causando um ataque cardíaco, acelerando as batidas
do meu coração até causar surdez intensa, impedindo a cautela que o meu cérebro
tenta incutir em todo o meu ser. Em vão.
- Amo esse jeito com que você me olha.
– E ela produz um brilho incisivo no olhar, antes de fixa-los sobre mim,
levemente ruborizada, o que ainda acontece e mexe bastante com a minha libido
ainda adolescente.
- Você está querendo alguma coisa, não
é? – Ela pergunta, sorrindo provocante, os cabelos encobrindo os olhos por instantes.
E eu sorri de volta sem responder,
admirando a mulher fortona que retira a armadura, e nua em todos os sentidos,
se entrega ao homem que, em seus braços se transforma em garoto audaz e feliz,
sem pensar nos pesares da vida.
- Eu amo o seu cheiro. – E ela
aproxima-se, sentando ao meu lado, dobrando as pernas, tocando suavemente a
minha coxa com a mão, tentando descobrir o que vai em meu pensamento.
- Eu amo a sua curiosidade. – E ambos
sorrimos, reconhecendo a veracidade da afirmação.
- Vamos, confesse. O que está querendo
com tantas declarações? – Ela pergunta com suavidade, prontinha para me beijar,
se fosse essa a minha intenção. Mesmo que não o fosse. É mesmo linda, de uma
maneira personalíssima. Não há ninguém como ela. Os olhos me indagando sem
espaço para esquivas. Então sou obrigado a responder, e o faço em voz baixa:
-
Por que não fica quieta? – E lhe dou o meu melhor sorriso como recompensa –
Estou falando sobre os meus sentimentos comigo mesmo, em voz alta. Preciso me
certificar disso a cada dez minutos.
E tive que abrir os braços e recebe-la
em meu colo, com beijos e carícias que nos transportam para um mundo
particular.
Marcelo Gomes Melo
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