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Um amor vintage para viver




          Mergulhados em uma onda diferente, assim de repente, parece uma versão de um conto de fadas, desses de amor incondicional moderno, para adultos que não acreditavam mais nesse tipo de coisa, sem interesse; eles ainda viviam desconfiados, embevecidos e inclusive assustados com o inesperado acontecimento.

            Casos assim pareciam não existir mais, nem entre adolescentes, que não se apaixonam mais, ficam engajados em relações matemáticas, centradas na quantidade de pessoas que se beijam em uma balada regada a energéticos e pílulas e não no friozinho no estômago, nos sorrisos bobos aparentemente sem motivo e momentos deliciosos a dois, inesquecíveis.
            Trata-se de um caso louco de retorno a épocas ultrapassadas, um amor vintage? Por que não? Amores vintage podem ser lindos, atrativos e virar moda, saindo forçados e sistematizados de uma máquina de produzir amores como nos velhos tempos, só que artificiais.
          Entretanto, para eles dois era muito diferente, real como deveria ser, sem interferência de modismos ou qualquer futurismo que diminuísse aquele furacão que os dominou e arrastou para um mundo paralelo, feliz, em que se completavam.
          Nada é perfeito, a não ser a simplicidade; então os medos naturais, as desconfianças etéreas, a dúvida causada pela razão de estarem tão próximos do amor ideal... Os afeta absurdamente! E mesmo a experiência de ambos é insuficiente para que mantenham a confiança em estado puro. Viver assim em transe hipnótico é habitar em um barco no meio do oceano: oscilar constantemente ao balanço das ondas, coração aos pulos, sem saber o que vai acontecer nos próximos séculos. Mas é tudo tão gostoso!




Marcelo Gomes Melo



 

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