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                    Filosofia dos toques inesperados
 

Se os meus olhos tocam os seus, e fogem, mas os seus os perseguem, e fogem, quando os reencontram. Se os meus braços envolvem seu corpo e suavemente lhe trazem mais perto, meu peito toca o seu peito, meus lábios encostam-se a seu rosto e minhas mãos pressionam suas costas.

Se as suas mãos pousam em meus ombros e, displicentemente deslizam em meu peito, parando sobre o coração, tão macia, uns instantes, causando medo de que os saltos que meu coração dá sejam facilmente percebidos...

 

Se a sua mão caminha ao lado da minha, roçando-se numa dança inquieta, hipnotizadas, sem jamais se entrelaçarem, sincronizadas aos passos, querendo, mas não concretizando...
Se minha coxa entre suas coxas se acomoda perfeitamente e os sons que ninguém ouve no mundo nos fazem rodopiar no jardim, entre as flores, que exalam os melhores perfumes da terra, isso mistura os prazeres e o encanto que nos encanta entre tanta, mas tanta paz!
Isso, com toda veracidade que nossas digitais determinam, tatuando-nos um ao outro eternamente, isso vai contra toda e qualquer filosofia!
Acredite, os suspiros de amor existentes no universo formam uma sinfonia única e maravilhosa, mas os de nós dois se distinguem. Não há argumentos, sequer vocabulário que nos intimide, ou permita interromper debate infindável entre nós, ou combate imortal, no qual morna pele desliza tal tobogã, inundando poros, fecundando flores, inspirando amores.
 

É chegada a hora da comunhão de sorrisos! Que a vivacidade fervente que nos envolve e impulsiona acione as turbinas do universo, e que o amor torne tudo viável. E a punição para os indecisos seja o esquecimento.

                       Marcelo Gomes Melo
 



 

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