A vida é uma sequência de poemas costurados...
Todo
dia eu componho uma canção diferente em meus pensamentos, com versos que duram
apenas o suficiente para controlar as ações extremas que eu poderia tomar,
acalmando os meus passos, destruindo as angústias, transformando-as em pó sob
os meus sapatos; ficam para trás, carregadas pelo vento.
A minha mente trabalha vinte e quatro
horas por dia em velocidade insana, atropelando a força do meu corpo, me
atirando contra o muro da existência a cada vez em que me ergo e resisto. As
canções que componho a cada momento, sem mover os lábios salvam a minha vida
constantemente, ainda que outras pessoas não as cantem nem as ouçam; que os
versos se desfaçam pelo ar assim que imaginados, criados para suavizar as dores
auto emuladas e os constrangimentos comuns inerentes à vida em sociedade.
O certo é que a força motriz por trás dos
meus atos é a música que produzo para os meus ouvidos e o meu coração, e mais
ninguém. A poesia particular salva muitas vidas, atenua os temores, encanta o
cérebro e lhe empurra para o mundo, consciente dos dissabores e preparado para
compreender, intuir e saborear a poesia alheia, enriquecendo a si próprio com
outras visões, interagindo com o resto do planeta com uma leveza capaz de
contribuir social e mentalmente para a evolução.
A vida é uma sequência de poemas costurados,
colados, adesivados uns aos outros. Precisam ser lidos e observados com melhor
atenção para transformar e evoluir.
Marcelo Gomes Melo
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