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Termômetro da vida: Natureza.



As noites mudaram, como qualquer evento da natureza, adaptando-se aos seus usuários, inquilinos insanos que tentam, desde o início dos tempos, dominá-la do pior modo possível, ingênuos ao ponto de acreditar que são, de algum modo superiores às plantas, aos animais, aos insetos...

          Nesse processo de domínio vitimam a seu próprio povo, como cobaias dos seus experimentos vitais e discriminatórios, arranjando maneiras de modificar DNA, recriar vidas, bancando deuses pagãos alucinados.
          E então, nesse contexto, as noites se modificam, não por si mesmas, mas pelos seres que dela usufruem, carregando a tensão e o desespero que a afetam diretamente.

          É a humanidade que afeta a natureza a ponto de obriga-la a reagir de tempos em tempos, violentamente, para expurgar o excesso de loucos, agressivos egocêntricos, levando junto uma grande maioria de tolos, vítimas impotentes que ocupam o lugar da escória e servem como escape a uma minoria furiosa e gelada com propósitos irracionais de dominar o planeta a todo custo, antes de buscarem, ostensivamente, o universo.
          Em seu delírio, criam máquinas de matar e firmam esquemas inacreditáveis de redução populacional ou testes biológicos em regiões habitadas por subumanos, seres descartáveis a qualquer hora.

          A natureza, então, revida e os iguala, a todos, na hora da destruição divina que não poupa a ninguém.

          A vida na Terra parece um termômetro subindo a temperatura até que exploda sem deixar vestígio de vida além de escombros.



E a questão que permanece nos livros sagrados é se após o vazio haverá um reinício com benefícios reais, humanos e espirituais.


Marcelo Gomes Melo

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