A felicidade é uma
busca permanente. Quando se sentir sufocado pelas artimanhas da vida e os
sorrisos escassearem ante à monotonia da vida, lembre-se de que, do nada, quase
automaticamente surge um pequeno motivo, uma razão praticamente inexplicável
para que seus batimentos cardíacos se acelerem e sua pele se arrepie
freneticamente. Isso mudará o rumo de seus pensamentos e o objetivo de suas
atitudes, e você vai enxergar jardins desabrochando das sombras, e calor no
lugar antes habitado por icebergs.
Outro dia, assistindo a um programa esportivo pós-jogos da
copa deparei-me com a leitura de um trecho do livro Quincas Borba, do inigualável Machado de Assis, trecho esse que
reproduzirei ao final desse artigo. Machado desenvolvia o seu gênio à frente do
tempo para filosofar a respeito do equilíbrio da vida, da necessidade
intrínseca do ser humano de alternar comportamentos, sensações e atitudes para
manter a esperança e fugir à mesmice que envenena os dias do incauto, de
passagem da existência como um passageiro de um bonde desgovernado.
Ser feliz é ter a
capacidade de escolher entre lamentação
infinita e a força de superação individual; como diria a banda de rock Pink
Floyd, de trocar céus azuis por dor.
Os que dançam movendo o corpo e os músculos, que são todos
sorrisos e pernas, e os que dançam movendo o cérebro, imóveis para os que
passam, ambos felizes a seu modo, passam por cima das dificuldades como fogos
de artifícios comemorando a presença do mundo à sua volta.
Nos momentos de tristeza é preciso lembrar de que tudo é
passageiro, menos o motorista e o cobrador. Trata-se do equilíbrio do mundo.
Enquanto uns choram outros estarão gargalhando aos borbotões. Nada é
definitivo. Tudo é incerto e toda expectativa tende a ser prazerosa.
Na sua vez de ser feliz, não hesite: se esbalde, porque não
existe amanhã!
“E enquanto uma
chora, a outra ri; é a lei do mundo, meu rico senhor; é a perfeição universal.
Tudo chorando seria monótono; tudo rindo, cansativo; mas uma boa distribuição
de lágrimas e polcas, soluços e sarabandas, acaba por trazer à alma do mundo a
variedade necessária, e faz-se o equilíbrio da vida.” Machado de Assis (
Quincas Borba).
Marcelo Gomes Melo
Muito legal seu Blog, Parabens!
ResponderExcluir