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               A inevitabilidade da vida




“Eu coberto de pele coberta de pano coberto de ar e debaixo do meu pé cimento e debaixo do cimento terra e sob a terra petróleo correndo e o lento apagamento do sol por cima de tudo e depois do sol outras estrelas se apagando mais rapidamente que a chegada de sua luz até aqui”.

          O poema acima é de Arnaldo Antunes, cantor, antigo participante da banda de rock brasileiro Titãs em seu livro “As coisas”, lançado pela Editora Iluminuras.

          Salta aos olhos o estilo particular de Antunes, linguajar rápido indicando uma sequência interminável, num círculo que se repete incansavelmente através dos tempos, e que retrata a rotina que acompanha um ser humano do nascimento ao sumiço.

          O ritmo constante, sem quebras pode querer nos mostrar como é a vida: inevitável, sem pontuação que a interrompa por piores que sejam os obstáculos. O homem define suas metas e encara os seus medos de acordo com as próprias escolhas. Isso não lhe garante controle completo de maneira alguma, visto que se submete aos caprichos e comandos da natureza e a liderança tranquila e inexorável do tempo, que se arrasta grandiosamente, infinitamente superior às expectativas de meros mortais.

 
           Somos cristais vagando entre meteoros gelados e potentes, refletindo o brilho de outros planetas, a beleza e os mistérios do universo numa busca incessante de Deus, que habita em toda partícula de cada um de nós e à nossa volta. Nós que o respiramos e compartilhamos sua consciência.
          O ser humano é todo fragilidade e questionamentos, envolvido em mistérios e incapaz de alcançar, pela durabilidade curta e sensatez de criança, o infinito que o cerca e rege suas atitudes de forma sutil e suave, como marionetes guiados pelas habilidosas mãos de seus mestres.
          O que resta a cada participante nesse teatro divino é cumprir o seu papel com destreza, cientes como poucos da inevitabilidade da vida.
 
 
                                         Marcelo Gomes Melo

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