Lutando para dominar a vida e a morte
O
ser humano, por não pedir para nascer, passa a vida inteira tentando controlar
a própria morte para equilibrar o mistério da existência?
Esse enigma é interessante para ser
desvendado porque explicaria a atitude dos suicidas, a ação dos que arriscam a
vida sem motivo aparente além de chamar a atenção para si mesmos e supostamente
superar o limite do corpo e do pensamento. Em momento algum levam em
consideração a alma.
Ninguém controla o seu nascimento,
essa é uma decisão acima dos próprios pais, que às vezes perseguem a chance de
ter um filho e não o conseguem, e outros que recebem com surpresa uma nova vida
que surge para aumentar ou forçar a montagem de uma família nos moldes
tradicionais.
O ser humano passa a tentar encontrar
uma forma de dominar alguma coisa, por mínima que seja, na própria existência,
e começa a alterá-la, a burlar as leis da natureza e sentir que é maior do que
talvez o seja, já que todas as agressões que promove serve apenas para destruir
o próprio habitat, embora de início demonstre algum ganho social, ou
individual. Na sequência percebe-se que o ganho é engolido pelos inúmeros
efeitos colaterais que arrasam a vida rapidamente.
Morrer é a única certeza a partir do
nascimento. A raça humana procura alongar esse momento de todas as maneiras,
criando a fórmula da juventude, quiçá a imortalidade, mas continua sendo
surpreendido a cada segundo com acidentes fatais, assassinatos, falecimentos
sem qualquer sentido ou motivação e desaparecimentos que apenas confirmam a
falta de controle do ser humano sobre a vida e a inevitabilidade da morte.
Marcelo Gomes Melo
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