Hora de tentar filosoficamente, como um cavaleiro medieval de um tempo futuro, de órbita desconhecida, habitante de estrelas longínquas imemoriais, arvorar-se a penetrar profundamente em um cérebro feminino.
A caixa preta melhor protegida de todas as existências, o núcleo que comanda histórias e desenrola acontecimentos ininteligíveis para o sexo oposto, simples, objetivo, sem o requinte ou o acessório criador de problemas que, para elas não é opcional, e por ser inerente acaba por confundir e arrancar de qualquer direção o que está pré-programado pelo cérebro masculino.
Tentar essa penetração não é para qualquer um, já que renomados psicólogos não o conseguem, e ainda carregam resquícios da batalha superficial, ferimentos mentais, cicatrizes suaves, mas permanentes, quase invisíveis, a não ser para o esquadrão masculino com visão de raio X ativada por baldes e baldes de cerveja.
A tentativa final deverá ser feita por homens corajosos, admiráveis, providos de armas sensoriais e astrais, construídas sinteticamente em um futuro longínquo, e isso só será possível quando um analista do futuro, no estilo Schwarzenegger no icônico filme Terminator retornar para entrar em contato com as mulheres e agir ofensivamente, com determinação para, antes de sofrer os efeitos maravilhosos e os danosos do contato imediato do centésimo grau descobrir alguma coisa, obter alguma pista sobre como lidar com esses seres imortais sem se deixar dominar, como sempre.
É importante que o cavaleiro analista do futuro não seja uma máquina, porque máquinas também falham, e o seu poder está limitado ao conhecimento do seu criador; o ser masculino vindo do futuro deve ser orgânico, uma versão melhorada do homem atual, mas com todo o jogo de cintura atual mantido, para ter alguma chance.
Há, obviamente, o perigo de que esse ser estelar esteja ainda pior do que os homens atuais, e entre em completo pane apenas no ato de olhar um bando de belezas múltiplas em uma praia, piscina, feira ou supermercado, e esteja, no futuro, ainda mais desnorteado ao ponto de querer debandar para o outro lado, ou ficar no meio termo, desistindo de ser o polo oposto, o modo de atração ligado para que todos os contatos aconteçam, e a resistência leve e infantil continue, consistindo em cair bêbado, assistir futebol na TV, esquecer coisas fora do lugar e receber as broncas com tranquilidade. Esquecer a aventura de inserir-se na caixa preta dos pensamentos de uma fêmea e apenas desfrutar das delícias que elas nos proporcionam, suportando os horrores da escravidão diária seguindo a vida com tem que ser.
E se no longínquo futuro nem existirem seres masculinos mais?
Marcelo Gomes Melo
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