Molda aos santos, aos filósofos e aos
loucos
O
intuito do amor é ser eterno, posto que permanece circulando através de lendas
e nas cabeças das pessoas, mesmo as que acham que não o possuem.
Ele, o amor, analisado de todas as
formas e ângulos, segue intacto, apresentando cada vez mais medidas e proporções,
confundindo o incauto, hipnotizando aos sensíveis, enganando aos céticos e
massacrando aos seus perseguidores mais fiéis, aos iludidos eternos;aos que
tentam banalizá-lo a qualquer custo.
Os poetas sofrem, masoquistas que são;
os cantores fingem, tentando refletir o sentimento de quem tem dificuldade em
expressar-se. Os comuns o esperam para o jantar, sonhando com os seus
benefícios vistos nas novelas.
No teatro é mais dramático e visceral,
uma maneira de fazer o espectador decolar em um avião de guerra, adrenalina em
alta escala. Mesmo os frios quebram e derretem sob os raios potentes e atrozes
do amor. Continuam frios, depois, mas de maneira diferente, a qual não
conseguem explicar.
Portanto, o amor parece onisciente,
agindo certo através de motivações erradas, e errando com a melhor das
intenções, empurrando suas vítimas para as profundezas do inferno
constantemente.
Os seres ainda não se entenderam com
as suas diversas formas, isso magoa ou enternece, pode trazer fúria e
incompreensão.
É
preciso o alcance de visão, e a humanidade é cega por natureza ao que os corrói
e ao que os eleva.
Deus é amor, mas o amor não é Deus. É
uma centelha dada por Ele, o Criador, para manter a atenção de seus servos,
como crianças diante de um quebra cabeças sem uma das peças, e essa peça que
falta muda a cada segundo.
Esperto. Mantém a esperança, a felicidade,
a decepção, a dor, como passageiros de um barco rumo ao infinito bastante
finito. E nos debatemos constantemente em um oceano profundo, buscando um
equilíbrio precário que molda aos santos, os filósofos, os loucos...
Marcelo Gomes Melo
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