Tempos de desvario e incertezas
A
demência é um estado de espírito para os que se curvaram sobre o precipício e
retornaram ao mundo dos tolos. Os limites são necessários apenas para que os
covardes consigam dormir, chamando de sanidade o que se trata apenas de morte
concentrada em potes de vidro, extrato de tomate em prateleiras de madeira
fitando o imenso vazio que engana e imerge.
O que se chama respirar pode ser
condenação através de todos os poros, invasão da privacidade do ser; existir em
um nível diferente do que se pensa; talvez moléculas necessárias apenas para
manter o equilíbrio de algo maior. Um organismo maior que dispensa células
mortas como poeira sem sequer perceber, pois sua medida de tempo é enorme para
os pífios padrões humanos, arrogantes em achar que são a forma dominante, ao
mesmo tempo em que especulam sobre possíveis espécies superiores e hostis. Ou
não.
Um espírito colonizador, o do homem.
Curioso e medroso, querendo descobrir e temendo; jamais pensando em termos
integrais. Nada de analisar todas as possibilidades e probabilidades
amplamente, porque há os sonhadores e os céticos; os criteriosos e os tresloucados;
os mentirosos e os inocentes. Aventureiros e moderados, dominadores e dominados
contribuem para o caos que se faz imperativo para a vida como é conhecida.
Não
há nada além de ilusão de ordem. Talvez a falta de ordem seja a ordem que não é
assim definida. Quem sabe a busca por algum tipo de razão seja o propósito que
faça com que a vida dure o suficiente para cada indivíduo? Então a morte seria
apenas desistência. Ou objetivo alcançado.
Há lunáticos por todos os lados
dizendo como agir, o que pensar, o que comer e como comer, o jeito de amar,
como enriquecer, a maneira de controlar o ódio... Mas eles não dizem como
superar o tédio nem como recuperar a juventude ou aceitar a velhice. Ninguém
quer o fim porque não sabe o que é o fim ou como é o fim, muito menos se há
fim.
Vive-se uma Era de desvario e
distúrbios em que costumes são mudados à velocidade da luz, e a compreensão
fica empanada e disforme. Quando ninguém sabe o que fazer ou como agir, sempre
surgem os espertalhões para bradar regras e transformar o errado em certo,
determinando como duvidoso tudo o que não é possível distinguir.
Já indagava o brilhante comunicador
Hélio Ribeiro em suas tribunas: “Quando não há diálogo, de quem é a culpa? Da
boca ou do ouvido?”.
Marcelo Gomes Melo
E apesar de toda reclamação e exigência por liberdade, o que todos querem mesmo é um tirano que os conduza e tenha a coragem de assumir os riscos e assinar embaixo.
ResponderExcluirMesmo que seja um louco psicopata.
Seres humanos...Quem os entende?? kkkkk