Rotate4all

PopCash

EasyHits4you

The Most Popular Traffic Exchange

Sobre de que o tempo trata


 

Chore, não porque o queira, mas porque é necessário

Expurgue através das lágrimas esse sofrimento maléfico

E indiferente que lhe corrói a alma

 

Alimente os seus neurônios com a eletricidade estonteante

Que transforma em cores quentes o calor que você sente

Nada acontece além do inevitável

 

A curva à sua frente, escura e indecifrável

É o aviso de perigo que é preciso superar

De alguma maneira, para atravessar de fase

 

Alcançar outra montanha na qual se pode

Visualizar o paraíso

 

A loucura é uma parte da maleta que esconde

A realidade caminhando em suas mãos

O conteúdo é discriminável

Papel, dinheiro, documentos importantes

Para você ou para alguém. Ou nada.

 

E o nada é a melhor representação da felicidade

Não diga nada, não faça nada, não espere nada

De alguém algum

 

More nas lágrimas que escorrem

Escaldam e aliviam

É disso que trata o tempo

 


 

Marcelo Gomes Melo

O momento em que não serão necessários


 

 

Dói. E invade destruindo espaços fechados.

Abertos. O silêncio dói.

Tanto quanto o barulho irritante

As palavras malditas, urradas com um ódio

Vazio, os olhos esbugalhados

Suor escorrendo pela fronte

Perdigotos espalhados a esmo.

 

Magoa. E insiste em tirar a tranquilidade

Investe em retirar o pouco da sanidade

Matam com elegância a quem, desesperado

Procura convencer, primeiro a si mesmo

Que as palavras sem nenhum sentido

Das quais se valem, pateticamente

Valeria de alguma coisa, qualquer coisa

Para qualquer um.

 

Dificulta. Opõe, causa distúrbios desnecessários

Delimita espaços para criar inimigos

Que guerreiam sem saber o porquê

Perdem o fio da meada e repetem as suas convicções

E sequer se lembram quais são

Agem automaticamente até o momento

Em que não serão necessários. Não mais.


 

                           Marcelo Gomes Melo

A lapa voluptuosa


 

Era uma lapa de bife de uns cinco quilos, sem mentira nenhuma! Estava lá, exposto para quem quisesse ver e desejar, rosado, fresco, macio... O preço? Quem pensaria no preço em um primeiro momento?! Era só fixar os olhos e salivar, imaginando poder degustar infinitamente aquela lapa de carne nobre.

Todos os que passavam, acompanhados ou sozinhos, não eram capazes de desviar o olhar. Inspiravam profundamente, as mãos tremiam de leve, mastigavam instantaneamente, sem se darem conta do movimento.

Em uma época diferente como essa na qual vivemos, em que problemas aderiam a qualquer pensamento livre e causavam preocupação em expor os pensamentos, o que se estava vendo poderia não ser exatamente verdadeiro em cem por cento, apenas uma alucinação causada pelo desejo principalmente dos que já tiveram em abundância, e agora não mais, com toda certeza.

O dono ostentava os dentões para fora, sorrindo de orgulho e felicidade, não havia preço fixado visivelmente para quem quisesse adquirir aquela lapa voluptuosa, o que deixava claro que deveria ser para poucos. Desejar ainda não pagava imposto, então até o menos financeiramente recomendado, completamente fora de um possível leilão deixava de inspirar, impregnando as narinas com o cheiro, comer com os olhos, apertar as mãos como se manuseassem a lapa, julgando a si mesmos proprietários maravilhosos e alegres.

O que fazer para adquirir aquela lapa era o segundo pensamento. Comentários eram trocados entre os admiradores, que opinavam sobre os poucos que poderiam possuir tal iguaria. Políticos, os de alta patente. Empresários, sobretudo os estrangeiros. Ninguém além deles. Era algo assim que poderiam causa revolta na população. Uma revolta que aumentaria e se transformaria em uma guerra pela posse da lapa, causando destruição e morte.

Não era assim com os diamantes? Com as preciosidades que existiam em quantidade reduzida e aumentavam o valor, transformando homens honestos em ladrões, pobres em trapaceiros, religiosos em endiabrados, calmos em histéricos?

O fato é que a lapa estaria ali durante certo tempo para eu todos vissem, desejassem e sonhassem, até que um poderoso a adquirisse, e a fizesse sumir dos olhos cobiçosos.

Com o tempo surgiria outra, diferente, melhor... E quem adquiriu a anterior já teria sido satisfeito, querendo agora buscar novas aquisições. O mundo funciona assim, indefectivelmente.

 


             Marcelo Gomes Melo

Para ler e refletir

Sobre de que o tempo trata

  Chore, não porque o queira, mas porque é necessário Expurgue através das lágrimas esse sofrimento maléfico E indiferente que lhe cor...

Expandindo o pensamento