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Sobre as coisas ruins e as ainda piores


          Tem-se o Índice de Desenvolvimento Humano como parâmetro para definir os países que galgam a passos largos o caminho para se tornar um membro privilegiado do primeiro mundo. Para que essa consideração seja obtida é preciso demonstrar que os pilares sociais funcionam a todo vapor e o crescimento profissional, ético e humano se faz perceber claramente.
          Levando isso em consideração, estive pensando na área da saúde e no aumento da expectativa de vida do povo, que vem crescendo vertiginosamente nas últimas décadas. A população está envelhecendo, e isso significa que, teoricamente a educação está melhor, a alimentação está melhor, as leis estão funcionando, a saúde...
          Pois é, a saúde. Em nível básico, para os pobrões que não têm onde cair mortos e dependem das esmolas do governo, não há hospitais suficientes, profissionais suficientes, bem treinados, com tecnologia de ponta para salvar vidas, conter epidemias e prevenir doenças. Vê-se gente de todas as idades amontoadas pelos corredores dos postos de saúde, morrendo lentamente, sofrendo intermitentemente usados pela mídia para vender drama no horário nobre.
          Ainda assim a população envelhece; então a saúde para os que não são ricos, mas possuem plano de saúde e na pirâmide social ocupam a área da classe média está maravilhosa! São eles os responsáveis pelo aumento da expectativa de vida no Brasil.
          Ledo engano, bom cidadão! Já presenciou o atendimento em um hospital cujos planos de saúde contemplam a parcela da terceira idade? 



Vinte e quatro horas lotados de idosos com os mais variados sintomas, necessitando de atenção completa e exames específicos, o que leva tempo e causa enorme demora.
          Essa demora faz com que fiquem empilhados em poltronas desconfortáveis ou em cadeiras de rodas esperando sua vez ordeiramente, assistindo a novela em uma tevê LCD grudada à parede e com água disponível em um canto do salão.

          É um tipo de sofrimento diferente do sofrimento dos pobrões, embora as doenças sejam as mesmas. Nos Pronto Socorros dos descamisados faltam médicos e equipamentos; nos hospitais da classe média há médicos jovens e equipamentos, mas não funcionam porque o “sistema” vive caindo; e por conta dessa entidade, “o sistema”, mais idosos esperam sofrendo por um atendimento razoável.
          A conclusão é estarrecedora: o brasileiro continua desprovido de educação, portanto não tem esclarecimento para exigir um sistema de saúde justo e honesto, e continua morrendo, tendo ou não plano de saúde.

          O brasileiro tem envelhecido de teimoso! Recusa-se a morrer, por pior que seja a vida! Não se trata de desenvolvimento humano, se trata de ruindade. Somos nós contra a banca, a corrupção, sobrevivendo com farinha e água, arroz com feijão e restos de sanduíches do McDonald’s achados no lixo.
          A nós, caminhando velozmente rumo ao círculo denominado com doçura política como “melhor idade”, resta tremer de terror, já que não somos artistas polêmicos que morrem à flor da idade para virar ícones, lendas que continuam a existir e faturar muito dinheiro mesmo depois de mortos. Envelhecendo sofreremos bastante com a falta de preparo intelectual, social, saúde e respeito que assola o país e vai continuar por muito tempo ainda.


         Na verdade, todas as idades deveriam ser denominadas como “triste idade”, a idade do terror, porque teremos que estudar muito, respeitar muito uma hierarquia e criar regras que sejam respeitadas e eficazes, que façam de verdade o país evoluir.

          Envelhecer da forma como estamos é degradante e enganoso. Se pensarmos que o ruim é a parte dos pobres, não percebemos que a farsa da classe média é ainda maior.



Marcelo Gomes Melo


Palavras ou imagens? O que toca mais ao coração e ao pensamento?



          O que é mais importante, a palavra ou a imagem? A comunicação verbal ou a comunicação não verbal? Qual delas é a mais completa, necessária, insubstituível para o desenvolvimento de uma sociedade?

          Qual delas pode ser utilizada como uma arma e qual pode alcançar o mais alto grau de sensibilidade para significar o mais puro sentimento, seja ele amor, inveja ou ódio?
          Como determinar a maior ou menor importância das artes, se palavras transformam-se em poemas vindos do coração do artista, aperfeiçoados por sua mente insana ou racional, ganhando vida no papel através de descargas elétricas através do corpo vivo atrelado à caneta que expele a tinta para, com ordem, eternizar conceitos ou criar polêmicas, e ainda assim garantir mais caminhos e descobertas importantes, criadas por quem as lê e desenvolve novas ideias e ideias, numa cadeia infinita de conhecimento vivaz.


           A arte não verbal confunde ao admirador, o instiga obrigando-o a colocar muito de si mesmo no que vê; mais do que descobrir o que o autor quis, pensou ou desejou representar, o importante é imiscuir-se na imagem, fazer parte dela, se possível, e assim alçar-se a um novo patamar.

        Como decidir-se por uma ou por outra? Ou como juntá-las com precisão cirúrgica, aumentando seus significados e dimensionando novos níveis de compreensão além da obviedade reinante.


          O filme Palavras e Imagens, com os astros Juliette Binoche e Clive Owen trata dessa batalha infinita entre ambas linguagens influenciando a vida das pessoas e provocando os seus instintos mais profundos, seus mais insolúveis problemas. Superação em doses cavalares e emoção real e verdadeira em conjunção com o que mais importa: legado. Juventude de aprendendo a pensar por si mesma e a desenvolver os seus talentos, não importando quais sejam.
          Só consigo lidar com palavras e com entrelinhas; imagens me inquietam e apenas as absorvo sem querer determiná-las com arrogância. Só consigo me sentir natureza, misturado. Nada mais.

          Há quem represente a linguagem não verbal com talento, formosura e sentimento. Loucura. Fome. E jamais haverá palavra suficiente para descrever sensações. Um grunhido, talvez. Porque a simplicidade é perfeita.


Marcelo Gomes Melo


Para ler e refletir

A lapa voluptuosa

  Era uma lapa de bife de uns cinco quilos, sem mentira nenhuma! Estava lá, exposto para quem quisesse ver e desejar, rosado, fresco, maci...

Expandindo o pensamento