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                               Precisar e precisão


          As descobertas são necessárias à evolução dos seres humanos. Para evoluir é preciso descobrir coisas novas, inventar formas de facilitar a existência humana em seu habitat natural. Muitas vezes tais descobertas exigem sacrifício, e, de muitos, inclusive a vida, doada em benefício da humanidade.

          Na antiguidade, navegar significava o meio mais moderno de percorrer as distâncias em busca de novidades e enriquecimento; hoje, navegar significa o mesmo, sem, no entanto, necessitar de qualquer tipo de mudança ou movimento físico.

          Em nome de descobertas, arriscar-se pela população parecia comum, e a navegação como meio de transporte é precisa, exata. Mas a vida, ao contrário, nada tem de exata, e as pessoas experimentam mudanças a cada segundo, o que torna a vida imprecisa, inexata, improvável.

          Viver exige criatividade e jogo de cintura. Conectividade. Há diversos artifícios que tornam a vida mais colorida, ativa e pertinente; alcançar a todos os portos, metaforicamente falando, é vital para que as experiências sejam exploradas ao máximo, e haja alguma coerência no caos que é procurar, sem rumo, por algo que satisfaça e complete a sede dos indivíduos por algum sentido existencial divino.

          O grande poeta português Fernando Pessoa estava mais uma vez iluminado ao afirmar: “Navegar é preciso. Viver não é preciso”.
 

                                           Marcelo Gomes Melo
 
 



                      Língua real X Língua ideal: o uso adequado de ambas garante a evolução dos falantes do idioma


          A globalização atingiu todas as áreas da sociedade contemporânea, inclusive a educação e os currículos, com a introdução de novos objetos de ensino, como gêneros de texto ou discurso, e causou mudanças nas maneiras de ler, produzir e difundi-los. O ambiente escolar passou a perceber a necessidade de valorizar e inserir os multiletramentos como ferramenta fundamental para que o aluno trabalhe de maneira ética, crítica, democrática e protagonista.

          Para que, através do letramento crítico seja possível transformar informações em saberes, devidamente contextualizados, é importante fazer uso da interdisciplinaridade, garantindo um constante aperfeiçoamento nos métodos profissionais e na compreensão e capacidade do uso cidadão por parte dos alunos.

          Mudanças como essas alcançam diretamente a visão de como a língua deve ser analisada e trabalhada, exigindo uma reflexão a respeito de sua modalidade informal e importância no contexto da aprendizagem da forma culta, oficial.

          Saber que essa língua real, rica e efetiva, que avança e se altera conforme o seu uso diário faz parte da história de vida dos falantes, torna essa reflexão constante a seu respeito imprescindível, desprovida de preconceitos ou rixas políticas apaixonadas, como deixam entrever textos de jornalistas e até educadores que defendem a língua idealizada como a única opção, rechaçando os falares da população não alfabetizada, ou parcamente alfabetizada trará enormes benefícios em sala de aula, porque partindo da realidade do aluno, o ensino da linguagem culta se tornará mais fácil e eficiente.

          Ao contrário dos argumentos dos detratores da língua real desenvolvida pelo povo, reconhecê-la não mudará o fato de que combiná-la e saber como e quando utilizar a norma culta, que confere ao falante status social e autoestima é primordial, cabendo ao professor, no ambiente escolar, lidar com isso de maneira democrática, retirando a pressão que causa de ambas as partes, falantes cultos e falantes informais, preconceitos linguísticos ou não.

          O domínio do uso correto da nomenclatura gramatical não evitará que, em situações desnecessárias, como por exemplo, em um jogo de futebol, a língua coloquial seja utilizada completamente; nem mesmo em momentos improváveis como em uma entrevista de emprego.

          Urge refletir sobre a utilização dessas normas para cada situação que se apresente, correta e coerentemente, e é onde o educador precisa manter o foco, sem se deixar levar pelas polêmicas em torno da língua divulgadas pela mídia, mas considerando a importância de tais debates para que a sociedade volte a atenção para a importância do reconhecimento da língua própria, e que todos podem colaborar ao seu modo para a evolução intelectual dos falantes.

          A língua ideal é fruto de sonhos, e mesmo os puristas do idioma, em algum momento rendem-se à forma coloquial e cometem deslizes plenamente compreensíveis.

 
                                       Marcelo Gomes Melo

                A escola ideal: haja suor, haja consciência!


         A escola ideal é a que prioriza o protagonismo do aluno, levando em consideração as suas experiências de vida, adequando-se às suas necessidades desde o ponto de vista físico da Instituição, que inclui ambientes adequados para a sua estadia com conforto e praticidade: ambientes iluminados, espaçosos, com recursos básicos e tecnológicos direcionados para uma utilização sustentável e enriquecedora.

          A escola ideal precisa de um grupo de profissionais preparados para atuar na orientação e inclusão, dominando as ferramentas tecnológicas e as utilizando como meios eficazes para a obtenção e decodificação do conteúdo por parte do aluno, de forma ininterrupta, ressignificando-o e utilizando-o socialmente.

          Um grupo engajado em torno de um objetivo comum, remunerados adequadamente e com o status e importância de outrora restabelecido, para equilibrar uma relação saturada, desgastada e maléfica nos termos atuais, em que a hierarquia inexiste e é ignorada pela mídia e pensadores da educação, fazendo com que os alunos não demonstrem a percepção da influência inestimável e determinante desses profissionais para que haja um upgrade em suas trajetórias.

          Uma escola em que as salas sejam bem montadas, com um número limitado de alunos, facilitando assim um acompanhamento individual, diferenciado e personalizado que proporcione um diagnóstico apurado dos defeitos e virtudes, visando sanar dificuldades e oferecer oportunidades para uma evolução criativa, reflexiva e crítica.

          Uma escola inserida em uma comunidade formada por pais, responsáveis e familiares conscientes de seu papel na construção cultural e comportamental de seus filhos, que se preocupe com a formação intelectual além do simplesmente ter um depósito que forneça aos seus filhos materiais e refeições, tranquilizando-os quanto ao fato de não estarem vagando pelas ruas em companhias desaconselháveis. Uma comunidade que valorize, participe e fiscalize suas Instituições ao invés de denegri-las, pois quando o fazem estão denegrindo a si próprios, visto que, segundo já dizia o poeta Fernando Pessoa, o melhor lugar do mundo é o lugar em que frequento, porque eu vivo nele.

          O processo de transformação da escola ideal se dá através de ações pontuais que envolvam profissionais da educação, pais, comunidade e órgãos competentes, interagindo e atuando com livre arbítrio, não para seguir moldes pré-estabelecidos, mas para criar um estilo pessoal que atenda aos seus clamores e propicie resultados constantes, independentemente da linha política vigente, aptos a corrigir falhas e desvios de rota, solucionando problemas sem burocracia e com eficiência.

          A partir daí pode-se pensar em uma escola ideal, em uma comunidade ideal, em uma sociedade ideal. Até então, haja suor, haja consciência!

 
                                           Marcelo Gomes Melo
 
 

              Como construir leitores capazes de autoria? O papel da escola na produção de leitura e práticas de autoria


             O início do século XXI tem apresentado inovações tecnológicas e comportamentais, mudanças sociais em todas as áreas e, consequentemente, no pensamento humano, que passou a ter que lidar com a velocidade com que as coisas acontecem e como o conhecimento tem sido disseminado, tornando necessário repensar a forma com que a escola deve atuar para a construção de leitores capazes de autoria, interagindo com as múltiplas possibilidades naturalmente e adequando-se de maneira a contribuir eficientemente enquanto autores.

          De acordo com a argumentação de Foucault (1970), um nome de autor é determinante para a circulação social da obra como singular e única, assegurando uma função classificatória e afetando as práticas do discurso; isso quer dizer que vai além de apenas um elemento em um discurso e permite reagrupar, delimitar, excluir, opor textos uns aos outros.

          Já para Orlandi (1988) é a função-autor que garante a constituição de um texto como unidade, visto que organiza enunciados dispersos e impede que sejam apenas um monte de enunciados misturados e sem nexo aparente. Produzir um texto, então, torna necessário ao indivíduo ocupar a função-autor, organizando suas práticas em relação aos gêneros do discurso estabilizados e referendados cotidianamente. As funções-autor são diversas, visto que dependem das práticas de escrita adotadas levando em consideração para quem se está escrevendo, originalidade, criatividade, responsabilidade, intencionalidade e efeito de individualização, sem os quais configurariam plágio, em que o indivíduo não estaria apresentando seu texto de modo singular, único.

          A escola apresenta todos os chamados gestos de leitura, legitimando-os através de sua didática, sem, no entanto, expor o leitor a situações polêmicas diversificadas, que o faça tomar contato com produções realizadas em diferentes condições e formar novos efeitos-leitor, quando deveria propiciar-lhe a chance de aprender a ocupar a função-autor de maneira adequada, para exercer tal autoria no que concerne aos gêneros discursivos.

          O efeito-leitor que se constrói de acordo com as condições de produção da prática de leitura, em que um leitor real se relaciona com um leitor ideal, imaginado pela função-autor para realizar sua interpretação pertinente, colaboraria para a construção de leitores autônomos, capazes de autoria, e tem se constituído em um grande desafio aos profissionais do ensino que buscam ampliar o acesso dos alunos a materiais diversificados e uma decodificação baseada em conceitos adquiridos com eficiência. Para que aconteça, a tecnologia é um instrumento poderoso para a disseminação de conteúdo multissemiótico, democrático e de qualidade.

          A escola precisa assumir o papel de ambiente principal para as produções de autoria, oferecendo projetos que viabilizem o entendimento e explorando o posicionamento confortável dos alunos perante a tecnologia. Atividades de reescrita partindo de relatos orais descritivos e narrativos, nas quais o aluno precisa ressignificar o conteúdo apreendido para repassá-lo de acordo com a sua visão particular, utilizando vocabulário pessoal embora preocupe-se com a citação e acresça, caso necessário, paratextos, notas de rodapé, comentários de sua própria feitura, concluindo com a distribuição de seu texto para outros grupos de alunos, incitando a discussão, debate e possível produção de novos textos com novas ideias podem ser bastante palatáveis, pois oferece inclusive outras vantagens, como o enriquecimento do vocabulário próprio.

          Projetos de leitura que incluam uma ampla diversidade de textos que possibilitem democraticamente discutir questões de todos os ângulos e transformem a argumentação em produções individuais e coletivas são igualmente competentes na formação de novos leitores-autores.

 
                                             Marcelo Gomes Melo
 

                        Variações diatópicas: diferentes estilos, diferentes linguagens, comunicação eficiente.


          O Brasil é um país de dimensões continentais cuja língua portuguesa atua como fio condutor para a preservação das tradições, divulgação da cultura e disseminação das ideias. Um idioma informal, personalizado, enraíza-se por todos os cantos, atendendo à necessidade primordial de comunicar e manter a evolução do idioma, enriquecendo-o e tornando-o cada vez mais acessível e compreensível aos falantes da língua.
          É essa linguagem informal, esse conhecimento implícito ao falante que facilitará a compreensão do idioma em sua modalidade culta, de acordo com as normas gramaticais vigentes. Compreender e saber como e quando utilizá-la é um dever para quem deseja dominar todas as possibilidades e esmerar-se na atuação em sociedade, como cidadão pleno e participativo.
          Atente para a linguagem peculiar utilizada no exemplo a seguir, que, mesmo nada tendo a ver com a norma culta, consegue alcançar o seu objetivo precípuo que é o de comunicar-se com eficiência, fazendo-se compreender em sua ideia central.
                    “Entrevista de emprego”
          “Oxente madama, eu vim do norte pra trabaiá em sunpaulo prequê me adissero que aqui é a terra dos sonho, num sabe? Qualqué maxo da minha terra cum vontade de enriquecê tem que se aboletá num pau de arara cum as troxa de ropa e arrumá um trabaio que te dê di cume e bebê, sim sinhora.
          Derrepentemente a sinhora vai me preguntá do que eu sei fazê e eu vô dizê a vossa senhorita que eu fasso de tudo um quarqué merreca, dona coisa; sô selvente de pedrero, jardinero, cuido das pranta, carrego peso que sô maxo forte pra daná. Tenho medo de sirvisso naum, doMaria, se a sinhora quisé cumesso agora mermo. Cumigo naum tem pobrema, sem migo é que é pobrema”.
          A linguagem oral está bastante presente no tipo de comunicação escrita acima, cumprindo com a sua intenção de se fazer entender, mesmo que o autor desconheça as regras oficiais do bem falar e do bem escrever; mas os signos padrão estão todos lá, o que deixa claro que ajuda-lo a aprimorar a escrita e a fala para os padrões cultos não exclui sua capacidade de se fazer entender através da linguagem informal, que é intrínseca.
          A inclusão acontece de forma menos problemática quando há o reconhecimento de suas experiências regionais, agregando um novo conhecimento sem excluir suas memórias remotas de uma vida inteira.

 
                                        Marcelo Gomes Melo


               Do Amor


Em dias ímpares ou nos pares,

Dias de neve

Encantados e cheios, tumultuados

Meu coração grita e meu olhar esperneia

Inconteste

Meu sorriso, cálido, quase imperceptível...

Dos olhos partem mísseis que devastam planetas

Aquecem dias e congelam tempos

Provocam comportamentos inusitados

Para uns e para outros nunca mais me mantive atento

Após sua ida

Nunca mais me senti sozinho com você por perto

Nunca mais me mantive quieto, quando em silêncio

Seu sorriso francês me acorrenta à cama

Dama de meus olhos, minha chama

Arde e morde, leva meus pensamentos para longe

Como poderia metade de mim permanecer aqui?

Uivando pra lua e destroçando desejos.

 

                                        Marcelo Gomes Melo



     Brasil, fábrica de leis


         Vivemos em um país em que não se cumpre as leis. Não que elas não existam; elas existem, sim, mas não são cumpridas porque o povo se orgulha do famoso “jeitinho brasileiro”, que envolve burlar as leis em proveito próprio na maior cara de pau.
          Há lei que proíbe o uso de aparelhos sonoros dentro de coletivos; é respeitada? Não! O próprio motorista liga o rádio em altura inacreditável, obrigando os passageiros pagantes a compartilhar o seu (péssimo) gosto musical. Quando não é o motorista é o cobrador, ou os próprios passageiros, ansiosos por acionar seus aparelhos celulares no modo cancioneiro popular, ou mesmo programas de televisão, ignorando o direito alheio e a lei. A lei? Ora, a lei!
          Não é permitido fumar em dependências públicas, mas mesmo assim é comum vermos funcionários, sejam vigias, médicos, enfermeiros ou políticos esgueirando-se atrás de uma pilastra qualquer, denunciados pateticamente pela fumaça tóxica, prejudicando a si mesmos e aos outros, desrespeitando a lei impavidamente.
          A utilização do aparelho celular enquanto se dirige é proibido, mas visto constantemente nas avenidas, o que piora ainda mais o já terrível e temível desempenho dos motoristas causadores de todo o tipo de infração de trânsito. Cabe citar que as montadoras de automóveis já estão ajudando a contornar a lei por uma módica quantia, inserindo viva voz nos carros, para que os celulares repousem fora da vista dos ávidos policiais, treinados para multar.
          As leis brasileiras surgem como mágica, a cada dia, prontas a saciar a crítica feroz à inércia dos políticos.  Então criam leis para provar que trabalham.  Não importa o quão sejam absurdas, e sabendo que jamais serão cumpridas. Há mais leis no país do que consciência, ética e honestidade!
          Cria-se lei proibindo os pais de educar seus próprios filhos através de punições; cria-se lei para decidir a guarda dos animais de estimação em caso de separação judicial de seus donos; cria-se lei propositalmente com mais buracos do que queijo suíço, apenas para possibilitar aos advogados dos seus criadores explorar as brechas que os permita utilizá-las em vantagem própria. O que importa é fabricar leis, e não ajustá-las e cumpri-las, visando o aumento da qualidade de vida das pessoas, e regida pela justiça social.
          Logo criarão leis para burlar a justiça divina. Aí, salve-se quem puder!

                                              Marcelo Gomes Melo
 

              A pergunta de um milhão de dólares!

          A população jovem brasileira de cidades grandes como São Paulo, cosmopolitas e conectadas ao restante do mundo sem atraso, hoje em dia, e, portanto ciente de todas as novidades que acontecem ao redor do planeta sem defasagem, vive um momento único, porque podem, diferentemente das gerações anteriores, que não tinham acesso, participar ativamente das mudanças sociais, inclusive criando fatos novos e tendências que serão seguidas por jovens do mundo inteiro.
         Conforme predições do século passado, o mundo realmente se tornou uma aldeia, as distâncias sumiram e as linguagens se universalizaram; o que é sensacional porque denota evolução pura e constante.
         Por que essa evolução não vem acompanhada de eficácia? A tecnologia não parece ser utilizada com qualidade para produzir conhecimento útil e valioso. Os jovens parecem estar presos a um subproduto cultural de fácil realização, fútil e descartável, sem qualquer grau de dificuldade que os faça pensar, analisar e decidir o melhor caminho, usando o próprio cérebro para transformar a natureza em proveito da sociedade de maneira sustentável.
         Hoje não se percebe a participação da juventude em eventos culturais de cunho intelectual; a imensa maioria parece preferir um show de funk a uma peça teatral, um jogo viciante e tedioso a um livro que os permita alçar voo e criar mundos imaginários, exercitando as faculdades mentais. Nada de esporte que lhes desenvolva a musculatura e os tornem saudáveis; o ócio é a escolha de todos, que se recusam a desenvolver os próprios talentos. Recusam o dom de raciocinar.
         Não importa a que classe social eles pertençam, a atitude, ou a falta dela, é a mesma. Talvez isso tenha criado por parte dos pensadores da educação o mantra, o qual repetem incansavelmente: é preciso motivar, é preciso motivar...
         Ora, só é preciso motivar quando não ficou claro o bastante o quanto é importante aprender, pesquisar, perguntar, exercer a curiosidade, se esforçar, por mais chato que pareça... E isso só se consegue quando se tem a noção do imprescindível, o senso do dever e não apenas a propagação dos direitos.
         Como fazer com que a juventude urbana e rural brasileira se movimente e se interesse por artes, leitura, música de qualidade, esportes que despertem a dedicação, o respeito, ajudando a moldar o caráter e a formar pessoas completas e não meros humanoides sem cérebro, anestesiados, desprovidos da percepção do que é certo ou errado, que valorizam a violência e são incapazes de se emocionar ou se indignar, passando pela vida sem viver, como meros espectadores?
         Essa é a pergunta de um milhão de dólares.


                                       Marcelo Gomes Melo



      Vamos iniciar a revolução!
 


          Vamos iniciar a revolução!
         Um ano para arrancarmos como Usain Bolt, com pernas firmes e arrancada potente, para planar pela vida com velocidade e leveza, transpondo obstáculos rumo a vitória pessoal e coletiva.
        Vamos utilizar a concentração dos mestres do pensamento, que dedicam sua inteligência e força mental em prol de uma sociedade melhor, combatendo doenças, criando alternativas para a conservação da natureza e preservação do habitat natural, cuidando de animais, e plantas e seres humanos com igual empenho, colaborando com parcelas diferentes mas igualmente importantes, diminuindo a desigualdade social e intelectual em busca da evolução constante.
        Vamos beber na fonte da persistência dos atletas mundiais que se aperfeiçoam e superam com garra e, sobretudo, respeito ao próximo visando vencer aos próprios limites e não aos adversários.
        Que a revolução proporcione ausência de egoísmo e desconfiança, solidariedade e noção de trabalho em grupo, para que todos encontrem o próprio caminho com uma divisão justa de responsabilidades, deveres, direitos e premiação, garantindo dignidade acima de tudo.
        Que a arma seja a palavra, e a palavra seja usada com sabedoria e generosidade, porque informação é poder, e uma população culta e crítica transforma uma sociedade defeituosa em uma sociedade poderosa e desenvolvida, sem exclusão, atuando sob regras e leis justas e bem definidas, conhecidas e respeitadas por todos; sem brechas criadas para que sejam manipuladas em favor de minorias corruptas.
        Uma revolução movida a consciência individual e atitudes que nasçam de cada um e se alastrem até que atinja a todos, com paixão, ação e boa vontade.
        Então, ano novo? Que se torne realmente novo e não mais do mesmo. Que se inicie a revolução!
                                         Marcelo Gomes Melo

 



     O pão com ovo do amor
 

          A teoria é de que o amar, o ato em si, petrifique-se, imortal, observando todos os gestos, as ações realizadas por suas vítimas, as mais radicais, que exageram e se perdem, e sofrem, e dificultam e se matam.
         Que as fantasias sobrepujem, contaminem e misturem o amar, e o amor seja vestido e revestido pelas expectativas humanas, egoístas e, portanto, falhas.
         Levando em consideração essa tese milenar, pode-se argumentar que é mais fácil fingir, pensar e acreditar que se ama fantasiosamente, como um alucinógeno qualquer a atingir realmente o estado de amor incondicional, legítimo e inacabável, porque isso é simples. Tão simples que confunde.
         O amor é simples porque a simplicidade é perfeita, sem pirotecnias pouco plausíveis e sem sofrimentos destruidores. O amor é constante, sem interrupções e sem lugares comuns; para amar não é preciso pensar no amor nem em seus clichês, ele é rotineiro como água e refeição; diário, necessário e com sabores peculiares. Alimenta, sustenta e não cobra, a nãos er que consumido à saturação.
         O amar é pão com ovo, é falta de noção de etiqueta. Pode-se dizer, referindo-se à condição dos seres humanos, que ele é sorriso, não gargalhada.

                                 Marcelo Gomes Melo

Para ler e refletir

A lapa voluptuosa

  Era uma lapa de bife de uns cinco quilos, sem mentira nenhuma! Estava lá, exposto para quem quisesse ver e desejar, rosado, fresco, maci...

Expandindo o pensamento